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PRIVATIZAÇÕES
Nas propostas encaminhadas ao Banco Central, está prevista a manutenção de 11 dos 29 bancos oficiais
Estados resistem à venda de seus bancos
SHIRLEY EMERICK
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
Os governadores ainda resistem
à idéia de privatizar os bancos estaduais. Nas propostas encaminhadas ao Banco Central, existe a
previsão de manutenção de 11 dos
29 bancos oficiais.
Os projetos estão sob análise da
diretoria de Assuntos de Reestruturação do Sistema Financeiro Estadual e das Dívidas dos Estados.
O diretor do Banco Central Paolo Zaghen disse que a opção de
manter uma instituição financeira
é decisão do governo estadual.
"Nossa intenção é reduzir a presença do setor financeiro estadual", disse.
Manutenção dos bancos
No caso de manutenção, a ajuda
financeira oferecida pela União
não é muito atrativa. Depois da
proposta ser aprovada pelo Banco
Central, o governo estadual poderá receber até 50% do total necessário para sanear a instituição.
Por isso, os governadores precisam ter dinheiro em caixa para
bancar os outros 50%, e a situação
financeira dos Estados, na média,
não está boa.
Esse foi o caso da Nossa Caixa
Nosso Banco, de São Paulo. O governador Mário Covas (PSDB) decidiu manter a instituição e privatizar o Banespa. Existem cinco
grupos interessados na compra do
banco paulista.
O Rio Grande do Sul também já
definiu o modelo de sistema financeiro estadual.
A Caixa Econômica Estadual foi
transformada em agência de fomento e há uma proposta de saneamento do Banrisul, que continuará com o Estado.
Privatização
Alguns governadores decidiram
privatizar suas instituições financeiras.
São oito projetos que estão sendo discutidos com o Banco Central. Caso o Estado adote essa alternativa, a ajuda da União é bem
melhor.
É garantido o empréstimo de até
100% dos recursos necessários aos
ajustes prévios para a privatização.
Além disso, o governo presta assessoria aos Estados no processo
de privatização.
A privatização do primeiro banco estadual aconteceu no mês passado, quando o Banerj (Banco do
Estado do Rio de Janeiro) foi vendido para o Itaú.
O Credireal de Minas Gerais deverá ser o próximo, ainda este ano.
Outros sete bancos serão transformados em agência de fomento e
três Estados não apresentaram
propostas.
Zaghen disse que a intenção de
alguns governadores era privatizar
seu banco, mas não houve interessados na compra. Por isso, a única
solução encontrada foi transformá-lo em agência de fomento.
Nos Estados governados pelo
PT, a decisão foi manter a instituição financeira oficial. No Distrito
Federal, Cristovam Buarque já sinalizou que quer manter o BRB.
Segundo Zaghen, o BRB não tem
muitos problemas financeiros.
Mesmo assim, a instituição terá
que passar por um processo de
ajuste para trabalhar numa economia com inflação baixa.
No Espírito Santo, o governador
Vítor Buaiz apresentou um programa de saneamento, que inclui
redução de gastos com pessoal.
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