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"O homem público tem que abrir
mão de certas coisas", afirma Ciro
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou ontem
que acha um exagero dos "ricos
brasileiros" a remessa de dinheiro
para bancos no exterior. Para ele,
vida de homem público é para
"homem público" e, para isso, deve-se "abrir mão de certas coisas".
Ciro falava, na entrevista aos
jornalistas, em Fortaleza, sobre a
onda de denúncias de sonegação
fiscal envolvendo nomes fortes da
política econômica do governo federal -entre eles, o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco do
Brasil, Cássio Casseb.
Ciro participou de evento em
Fortaleza, quando foi lançado
programa de combate à desertificação, ao lado da ministra Marina
Silva (Meio Ambiente).
O ministro enfatizou que tratava de uma opinião pessoal: "Eu,
por exemplo, acho que é meio
exagerada essa mania dos ricos
brasileiros de botar dinheiro fora.
Opinião antiga minha", afirmou.
"Agora, eu acho, e aí vai uma opinião pessoal, que a vida pública é
para nós, homens públicos. Eu
acho que o homem público tem
que abrir mão de certas coisas. Eu
penso assim. Não tenho vontade
de ter patrimônio, não tenho vontade de ter participação em empresa, não tenho vontade de administrar empresa, eu gosto é de
ser homem público."
Para Ciro, a série de denúncias
faz parte de um "jogo vulgar de
setores da imprensa, que adotou o
escândalo e a denúncia como linguagem". "Se o cidadão tem dinheiro lá fora, normal, declarado,
que tenha transitado pelos ritos
legais que o país tem, então todas
as acusações contra ele são, nada
mais nada menos, dizer que ele
tem coisas que já declarou. Não
há nada de fato." Ele afirmou ainda que a própria oposição já percebeu que "foi longe demais" com
o caso e recuou.
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