São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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"O homem público tem que abrir mão de certas coisas", afirma Ciro

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou ontem que acha um exagero dos "ricos brasileiros" a remessa de dinheiro para bancos no exterior. Para ele, vida de homem público é para "homem público" e, para isso, deve-se "abrir mão de certas coisas".
Ciro falava, na entrevista aos jornalistas, em Fortaleza, sobre a onda de denúncias de sonegação fiscal envolvendo nomes fortes da política econômica do governo federal -entre eles, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb.
Ciro participou de evento em Fortaleza, quando foi lançado programa de combate à desertificação, ao lado da ministra Marina Silva (Meio Ambiente).
O ministro enfatizou que tratava de uma opinião pessoal: "Eu, por exemplo, acho que é meio exagerada essa mania dos ricos brasileiros de botar dinheiro fora. Opinião antiga minha", afirmou. "Agora, eu acho, e aí vai uma opinião pessoal, que a vida pública é para nós, homens públicos. Eu acho que o homem público tem que abrir mão de certas coisas. Eu penso assim. Não tenho vontade de ter patrimônio, não tenho vontade de ter participação em empresa, não tenho vontade de administrar empresa, eu gosto é de ser homem público."
Para Ciro, a série de denúncias faz parte de um "jogo vulgar de setores da imprensa, que adotou o escândalo e a denúncia como linguagem". "Se o cidadão tem dinheiro lá fora, normal, declarado, que tenha transitado pelos ritos legais que o país tem, então todas as acusações contra ele são, nada mais nada menos, dizer que ele tem coisas que já declarou. Não há nada de fato." Ele afirmou ainda que a própria oposição já percebeu que "foi longe demais" com o caso e recuou.


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