São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2000 |
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ELEIÇÃO EM NÚMEROS Disputa presidencial RALPH MACHADO EDITOR-ASSISTENTE DE BRASIL O eleitorado paulistano tende a ser mais interessado pelas eleições presidenciais do que por eleições para o governo do Estado ou para a prefeitura, indica a análise das taxas de abstenção desde 1982. Esses dados sugerem ainda que, considerando o aumento da abstenção nos últimos anos, o desinteresse por eleições tem aumentado. A média aritmética de todos os turnos de votação desde 1982 sugere que a abstenção, em eleições municipais, é de cerca de 13%. No caso das disputas para o governo do Estado, essa taxa cai para 12%. Nas eleições presidenciais, a abstenção média é de 10%. Ao todo, aconteceram cinco eleições para governador (1982, 1986, 1990, 1994 e 1998), quatro para prefeito (1985, 1988, 1992 e 1996) e três para presidente (1989, 1994 e 1998). Esses dados devem ser observados com ressalvas. Até a eleição de 1988 havia apenas um turno de votação, e, em geral, a abstenção aumenta no segundo turno -tem sido assim desde a eleição presidencial de 1989. A maior taxa de abstenção já registrada, de 18%, aconteceu em duas oportunidades, ambas no segundo turno: na eleição municipal de 1996 -quando Celso Pitta, então no PPB e que saiu vitorioso, enfrentou Luiza Erundina, na época no PT- e na disputa para o governo do Estado em 1998, quando Mário Covas (PSDB) derrotou Paulo Maluf (PPB). Já a mais baixa taxa de abstenção, de 4%, foi registrada em 1986, na disputa para o governo do Estado, que teve Orestes Quércia (PMDB) como vitorioso. A taxa subiu para 7% na eleição municipal de 1988, ano em que ocorreu o recorde de votos em branco (13%) e Erundina saiu vitoriosa com cerca de 30% dos votos. A abstenção voltou a cair na eleição presidencial de 1989, para 5%, e vem subindo desde então. Em 1998, chegou a 17% no primeiro turno. O percentual de votos em branco, porém, ajudaria a confirmar a tese sobre o maior interesse do paulistano em eleições presidenciais. No caso de eleições municipais, a média de votos em branco em relação ao total de eleitores inscritos é de 5%. Essa taxa cai para 4% no caso das eleições para governador e para 2% no caso dos pleitos presidenciais. O recorde de votos nulos, de 14%, foi registrado no segundo turno da eleição para governador em 1990 -na época, Luiz Antonio Fleury, então no PMDB, saiu vitorioso contra Maluf, então no PDS. Na média, porém, o percentual de votos nulos é constante para os diferentes tipos de eleição: a cada grupo de 50 eleitores, 3 anulam o voto. Texto Anterior: Interior: Prefeitos são acusados de uso da máquina Próximo Texto: Entrevista da 2ª: Para Maia, problema de concorrente é "ética pública" Índice |
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