São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2000


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ENTREVISTA DA 2ª

Conde diz que, se for reeleito, vai renegociar dívida do Rio

Candidatos, que já trabalharam juntos quando Maia era prefeito do Rio, trocam farpas

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito Luiz Paulo Conde (PFL) diz que se chegar ao segundo mandato vai renegociar a dívida da cidade. Ele estima que órgãos federais devem cerca de R$ 500 milhões à prefeitura, que ele quer abater do total da dívida municipal -cerca de R$ 4 bilhões.
Ele afirma que esse foi um problema que herdou do ex-prefeito Cesar Maia (PTB), de quem foi secretário de Urbanismo e que hoje é seu principal adversário. Conde tem 35% das intenções de voto, segundo o Datafolha. Maia, 21%.
Arquiteto, o prefeito afirma que não quer alimentar uma discussão com Maia. Para Conde, a principal qualidade do rival foi justamente saber escolher uma boa equipe de trabalho. A seguir, trechos de sua entrevista à Folha:

Folha - A subida do senhor nas pesquisas já era esperada?
Conde
- Desde o início, temos o governo bem avaliado, o que veio se consolidando com o tempo.

Folha - Há possibilidade de vencer no primeiro turno?
Conde
- Estamos trabalhando para ganhar a eleição, seja no primeiro ou no segundo turno. Este mês é decisivo. Como trabalhei durante a gestão Cesar Maia, havia ainda uma confusão junto ao eleitorado, que ele explora em proveito próprio, que precisou ser desfeita. Agora as coisas estão claras e estamos crescendo.

Folha - No segundo turno, o senhor espera apoio explícito do governador Garotinho?
Conde
- Depende de quem for o adversário. Se não forem Brizola ou Benedita, acho que dará o apoio. Acho que me apoiará se for contra Cesar Maia.

Folha - Qual o motivo da queda de Cesar Maia nas pesquisas?
Conde
- Ele não é uma pessoa agregadora. Esse deve ser o principal defeito dele. Mantive o mesmo secretariado que ele mantinha no governo, até parente dele eu tenho na prefeitura.

Folha - O senhor pretende, em um segundo mandato, renegociar a dívida da prefeitura?
Conde
- Estamos com uma dívida sendo paga, completamente controlada. Mas temos um contencioso muito grande com órgãos federais que devem impostos à prefeitura, somando mais de R$ 500 milhões. Estamos discutindo e vamos trabalhar para ter um encontro de contas com o governo federal. A negociação da dívida poderá ser melhorada.

Folha - O senhor faz parte do PFL, partido da aliança que elegeu o presidente Fernando Henrique. O senhor é candidato do presidente?
Conde
- O candidato do presidente é Ronaldo Cezar Coelho, do PSDB. Mas não hostilizo o presidente. Faço críticas a ele, mas meu temperamento não é de agredir.

Folha - O que o senhor não fez nesta gestão, que agora quer estabelecer como prioridade?
Conde
- A prioridade é o saneamento, a despoluição. Outra área é a de transportes. Além disso, vamos intensificar o Favela-Bairro.

Folha - O senhor criou a lei que permitiu a volta da construção de apart-hotéis. Com isso as construtoras compraram várias casas antigas e até mesmo prédios pequenos e vão derrubá-los para erguer edifícios. O senhor não acha que isso diminui a qualidade de vida?
Conde
- Nossa lei controla o crescimento desordenado. Depois de um movimento de procura, haverá um equilíbrio.

Folha - A campanha do senhor é caracterizada por uma grande quantidade de outdoors, materiais pela cidade inteira, grande horário na televisão. Quem são os financiadores da campanha?
Conde
- Isso vai aparecer quando prestarmos contas para o TRE. Acho que a campanha mais cara é a do Cesar Maia.

Folha - O senhor compraria um carro usado de Cesar Maia?
Conde
- Eu não quero falar dele, porque acho que ele, quando entra no desespero, parte para a baixaria.

Folha - Para o senhor, qual a principal qualidade de Maia?
Conde
- Ele teve a qualidade de escolher uma boa equipe para trabalhar, quando foi prefeito.


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