São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PF é acionada para fazer Paulinho depor

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O sindicalista e vice do presidenciável Ciro Gomes (PPS), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, foi intimado a depor na próxima sexta sobre supostas irregularidades envolvendo a Força Sindical durante sua gestão como presidente.
O procurador da República em Marília (interior de São Paulo), Célio Vieira da Silva, acionou ontem a Polícia Federal para que esta conduza coercitivamente o sindicalista caso ele falte ao depoimento e para que seja instaurado um inquérito penal de eventual crime por desobediência.
Segundo o procurador, Paulinho faltou a duas audiências sem apresentar justificativa. A punição prevista para esse tipo de crime é de 15 dias a seis meses de detenção, além de multa.
A investigação do Ministério Público Federal é sobre a suposta compra superfaturada da Fazenda Ceres, em Pirajú (SP), em abril de 2001, durante a gestão de Paulinho na presidência da Força.
Como resposta à investigação movida pelo Ministério Público, o sindicalista acusou ontem o procurador de agir com "imparcialidade", "incoerência" e, segundo ele, "motivado por interesses eleitorais para prejudicar sua campanha" com Ciro Gomes.
"Não prestei depoimento simplesmente porque não fui intimado", disse Paulinho.
Ao ser questionado pela reportagem sobre a primeira intimação, que recebeu pessoalmente durante um evento público em Marília, afirmou que faltou por orientação de seu advogado, Antonio Rosella.
"Pedimos para ter acesso à investigação do Ministério Público. Se estou sendo acusado, quero saber o motivo. Mas o procurador não permitiu que meu advogado visse os documentos. Agora, que já sei tudo pela imprensa, posso comparecer, sem problemas."
A segunda intimação foi recebida por meio do advogado do sindicalista. "Mas eu não sou Paulinho. Por isso, esse comunicado não valeu", afirmou Rosella.
O vice de Ciro repetiu várias vezes que não tem envolvimento com as supostas irregularidades apuradas pelo Ministério Público.
"A Força Sindical não comprou essa fazenda. Mesmo assim, o procurador vem a São Paulo e faz um estardalhaço na imprensa. Não sei a serviço de quem ele está", disse Paulinho. Segundo ele, a acusação "só ganhou destaque" por se tratar de período eleitoral.


Texto Anterior: Outro Lado: Entidade acusa Anadyr de 'perseguição'
Próximo Texto: Sucessor não mudará política social, diz FHC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.