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ACRE
Por unanimidade, Tribunal Superior Eleitoral cassa decisão que condenou governador por abuso de poder econômico e político
TSE garante a Jorge Viana direito de disputar a reeleição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por decisão unânime, o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) assegurou o registro da candidatura
à reeleição do governador do
Acre, Jorge Viana (PT), e cassou a
decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado que o havia condenado por abuso de poder econômico e político.
O ministro Fernando Neves foi
o único a considerar que a ação
movida contra Viana era adequada para a apuração de abusos durante a campanha, mas entendeu
que o governador não havia praticado nenhuma ilegalidade.
Todos os outros ministros
acompanharam o parecer do procurador-geral eleitoral, Geraldo
Brindeiro, pelo qual era tecnicamente impróprio o processo movido pela coligação do principal
adversário de Viana, o candidato
Flaviano Melo (PMDB). Trata-se
de uma ação de impugnação do
registro de candidatura.
Viana é acusado de cometer
abuso de poder econômico e político por causa do uso de logomarca do seu governo, uma árvore
acompanhada da expressão "governo da floresta".
O advogado do PT no TSE José
Antonio Tóffoli argumentou que
o uso da logomarca e do slogan
não caracterizaria utilização da
publicidade institucional para
promoção da gestão de Viana e
que, por isso, não estava configurado o abuso de poder.
Além de Fernando Neves, o presidente do TSE, Nelson Jobim, e o
vice-presidente, Sepúlveda Pertence, consideraram que não havia abuso no uso dos símbolos.
O governador fora condenado
pelo TRE, por cinco votos a um,
no último dia 23. Ele teve o registro da candidatura negado e foi
declarado impedido de concorrer
a cargo público por três anos.
Somente o juiz federal Pedro
Francisco da Silva, que atua como
corregedor naquele tribunal, foi
favorável à concessão do registro.
Dois dias depois, ele deu uma entrevista coletiva em Brasília na
qual apontou falhas na decisão
dos colegas, sugerindo a existência de motivações políticas.
Em seguida, Viana levantou
suspeitas sobre a interferência do
crime organizado no processo. A
repercussão política do caso trouxe a Brasília Viana, Flaviano Melo, a presidente do TRE, desembargadora Miracele Borges, e o
juiz federal. Os três primeiros falaram com Pertence. O último,
com Sálvio de Figueiredo, relator
dos recursos. O processo só chegou ao TSE no último domingo,
depois de uma ordem de Pertence.
(SILVANA DE FREITAS)
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