São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Após ouvir Jobim, Renan desiste de ir ao STF

Senador e aliados avaliaram risco de o Supremo rejeitar mandado de segurança que garantiria voto secreto no conselho

Orientação agora é acelerar o trâmite do processo rumo ao plenário da Casa, onde a votação é secreta e Renan acredita que será absolvido

FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de consultar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e aliados desistiram de recorrer ao STF para garantir que seja secreta a votação do pedido de cassação de seu mandato, marcada para amanhã no Conselho de Ética.
A avaliação é que havia o risco de o STF rejeitar o mandado de segurança alegando que essa é uma questão interna do Legislativo, o que seria uma derrota para Renan. E foi ponderado que a atitude seria interpretada como uma manobra para atrasar o processo.
Nomeado ministro da Defesa há pouco mais de um mês, Jobim é da ala do PMDB ligada a Renan. Ele foi à casa do senador no sábado e o aconselhou a encerrar rapidamente o caso para evitar o acúmulo de denúncias.
"Confesso que se dependesse só da minha vontade eu já teria ido ao STF, mas outros companheiros entendem que é melhor não ir e não demorar mais no conselho", disse o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos relatores do caso.
Aliado de Renan, Almeida Lima pediu a absolvição do presidente do Senado. Já os relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) recomendaram a cassação por quebra de decoro. Ele é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
Renan levou em conta a hipótese de a recomendação de perda de mandato ser aprovada mesmo em votação secreta.
A orientação é acelerar a tramitação do processo, que ainda tem que passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Renan acredita que será absolvido no plenário do Senado, onde a votação é secreta e é mais difícil de identificar traições, já que o universo é maior.
"Não haverá muito mais barreiras até o plenário", disse o 1º vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC).
Renan enfrenta outras duas representações no conselho. É acusado de beneficiar a cervejaria Schincariol em troca de vantagens pessoais e de comprar empresas de comunicação por meio de laranjas.


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