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Após ouvir Jobim, Renan desiste de ir ao STF
Senador e aliados avaliaram risco de o Supremo rejeitar mandado de segurança que garantiria voto secreto no conselho
Orientação agora é acelerar o trâmite do processo rumo ao plenário da Casa, onde a votação é secreta e Renan acredita que será absolvido
FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de consultar o ex-presidente do Supremo Tribunal
Federal Nelson Jobim, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e aliados
desistiram de recorrer ao STF
para garantir que seja secreta a
votação do pedido de cassação
de seu mandato, marcada para
amanhã no Conselho de Ética.
A avaliação é que havia o risco de o STF rejeitar o mandado
de segurança alegando que essa
é uma questão interna do Legislativo, o que seria uma derrota para Renan. E foi ponderado que a atitude seria interpretada como uma manobra para
atrasar o processo.
Nomeado ministro da Defesa
há pouco mais de um mês, Jobim é da ala do PMDB ligada a
Renan. Ele foi à casa do senador
no sábado e o aconselhou a encerrar rapidamente o caso para
evitar o acúmulo de denúncias.
"Confesso que se dependesse
só da minha vontade eu já teria
ido ao STF, mas outros companheiros entendem que é melhor não ir e não demorar mais
no conselho", disse o senador
Almeida Lima (PMDB-SE), um
dos relatores do caso.
Aliado de Renan, Almeida Lima pediu a absolvição do presidente do Senado. Já os relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) recomendaram a cassação
por quebra de decoro. Ele é
acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da
empreiteira Mendes Júnior.
Renan levou em conta a hipótese de a recomendação de
perda de mandato ser aprovada
mesmo em votação secreta.
A orientação é acelerar a tramitação do processo, que ainda
tem que passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Renan acredita que será absolvido no plenário do Senado,
onde a votação é secreta e é
mais difícil de identificar traições, já que o universo é maior.
"Não haverá muito mais barreiras até o plenário", disse o 1º
vice-presidente do Senado,
Tião Viana (PT-AC).
Renan enfrenta outras duas
representações no conselho. É
acusado de beneficiar a cervejaria Schincariol em troca de
vantagens pessoais e de comprar empresas de comunicação
por meio de laranjas.
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