São Paulo, Sábado, 04 de Setembro de 1999
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Defesa quer reforçar segurança nas fronteiras da Amazônia

da Sucursal de Brasília

Os recentes conflitos internos da Colômbia e a instabilidade política da Venezuela reforçaram a tese de que a defesa das fronteiras da Amazônia precisa ser fortalecida. O ministro da Defesa, Elcio Alvares, considera "fundamental" a revitalização do projeto Calha Norte, criado em 1985 pelo então presidente José Sarney com o objetivo de ocupar as fronteiras.
Alvares diz que vai se empenhar em convencer o presidente Fernando Henrique Cardoso a destinar mais recursos para o Calha Norte em 2000. Estão previstos R$ 3,7 milhões e o ministro acha que o "ideal" seria destinar R$ 25 milhões.
"Meu trabalho político será sensibilizar o presidente e comover os parlamentares da região amazônica para garantir a aprovação de mais verbas", disse.
Alvares quer levar a FHC sua "visão política" do projeto, que, segundo ele, é barato e poderá "marcar o governo", levando o desenvolvimento e a presença do governo às comunidades fronteiriças, hoje praticamente abandonadas.
É o que o ministro chama de "habitar politicamente" a Amazônia. Para conseguir isso, promete se "tornar um chato".
No próximo dia 8, o ministro receberá o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Charles Wilhelm, que é diretamente subordinado ao secretário de Defesa norte-americano, William Cohen. O próprio secretário estará no Brasil no período de 8 a 12 novembro.
Oficialmente, as visitas são de cortesia, mas a expectativa é que sejam tratadas as questões da Colômbia e da Venezuela.
Para o ministro da Defesa, o projeto Calha Norte não só é fundamental para a ocupação estratégica das fronteiras, mas também para o combate ao narcotráfico e à preservação das riquezas naturais da região.


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