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SÃO PAULO
Na frente da casa do candidato pepebista à prefeitura, Paulo Maluf, ministro disse que indicou a amigos que votassem em Alckmin e ressaltou sua "capacidade de aglutinar forças"
Presidente do PPB pediu voto em tucano
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, vice-presidente
do PPB, pediu a amigos votos para o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, para que o tucano passasse
para o segundo turno.
"Eu até pedi a uns dez, 12 amigos, que perguntaram em quem
votar, que votassem no Alckmin
no 1º turno", disse o ministro, na
frente da casa de Maluf, minutos
antes de conversar sobre o resultado das eleições com o candidato
pepebista.
Maluf disputou com Alckmin a
vaga para o segundo turno contra
Marta Suplicy (PT) e obteve 7.691
votos a mais que o tucano.
Para Dornelles, o candidato tucano teria uma maior facilidade
de "aglutinar forças" contra Marta, no segundo turno, do que Maluf. Dornelles não explicou por
que acreditava que Alckmin conseguiria maior apoio do que Maluf para derrotar o PT.
Depois de ser contestado pela
imprensa sobre o fato de apoiar
um candidato de outro partido, o
ministro afirmou: "Eu sou mais
do que membro do PPB. Eu sou
ministro do presidente".
Para Alckmin, a afirmação de
Dornelles mostra que a consciência do ministro seria maior do que
a doutrina partidária.
"Desconheço o apoio, mas fico
honrado", disse o tucano.
Depois de reunido com Maluf
por cerca de meia hora, Dornelles
tentou contornar a situação.
No jardim da casa de Paulo Maluf e acompanhado por ele, disse:
"Eu avisei ao prefeito Paulo Maluf, no que pesa o fato de eu achar
que ele era o melhor candidato,
que iria pedir alguns votos para
Alckmin".
"Considero a administração PT
um desastre para São Paulo. Você
entraria num Boeing se soubesse
que o piloto nunca dirigiu um teco-teco?" Maluf, abraçado a Dornelles, se limitou a dizer: "Agora é
todo mundo contra o PT".
Durante a tarde, Maluf acrescentou que a declaração do ministro provaria o uso da máquina pelos governos federal e estadual.
"É uma prova de que o governo
federal e o estadual usaram a máquina para ajudar o candidato deles (Alckmin)."
Para o deputado federal Antonio Delfim Netto (PPB-SP), que
também esteve na casa de Maluf, a
declaração do ministro foi uma
"pequena falha". "Felizmente ele
tem poucos amigos", disse.
Integrantes do PPB disseram
que, como ministro e governista,
era esperado o apoio de Dornelles
ao candidato do governo. Ficaram surpresos, entretanto, com a
declaração.
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