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VEREADORES
Em SP, bancada aumenta de 3 para 11 parlamentares, dos quais 4 são da
Igreja Universal; mudança na lei que limita barulho à noite será uma das prioridades do bloco
Evangélicos crescem e articulam união
ALENCAR IZIDORO
ANTONIO GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de quatro anos com influência restrita na Câmara Municipal, os evangélicos já articulam
uma atuação conjunta na próxima legislatura.
Dos 55 vereadores eleitos na cidade de São Paulo, 11 são evangélicos. Desses, pelo menos sete
compõem uma bancada de representantes das igrejas.
Quatro são ligados à Igreja Universal do Reino de Deus: José
Olímpio Silveira (PMDB), Bispo
Atilio (PTB), Pastor Vanderlei de
Jesus (PL) e Celso Cardoso (PPB).
Os demais se dividem: Carlos
Apolinário (PMDB) é da Assembléia de Deus; Carlos Alberto Júnior (PSDB) representa a Comunidade da Graça; Humberto Martins (PDT) é da Comunidade
Cristã Paz e Vida.
Entre os atuais vereadores, há
três evangélicos, sendo que apenas dois (José Olímpio e Celso
Cardoso, que se reelegeram) são
líderes religiosos.
As divergências políticas não
devem impedir uma atuação conjunta na Câmara Municipal, de
acordo com Humberto Martins.
"O princípio de todos é o mesmo, baseado no pensamento cristão. É normal ter grupos unidos",
diz. "O povo estava desacreditado
e vê no evangélico uma pessoa
mais séria. Vamos nos unir", afirma Pastor Vanderlei de Jesus.
Um dos motivos de articulação
desse bloco a partir do ano que
vem será o Psiu (Programa do Silêncio Urbano), da Prefeitura de
São Paulo, que restringe o barulho feito por diversos estabelecimentos, incluindo as igrejas. "Esse assunto é unânime. Todos nós
queremos mudar essa legislação",
afirma Martins.
Até os que dizem priorizar a posição partidária, antes mesmo da
religião, prometem articulação
diante desse tema. Por exemplo,
Carlos Apolinário. "Mas não gosto do termo bancada evangélica.
Minha atuação é partidária. Temos que pensar nos evangélicos,
mas respeitando a população."
José Olímpio também afirma
que deve "em primeiro lugar se
preocupar com a cidade". "Mas
temos que ter um carinho especial
com esse grupo", afirma.
Carlos Alberto Júnior se diz
evangélico praticante, mas afirma
não ser "despachante de igreja".
"Não quero reduzir meu mandato a isso." Dentro do meio evangélico, ele representa uma tendência chamada MEP (Movimento Evangélico Progressista), que,
até então, nunca tinha eleito um
vereador. "Minha votação veio
muito do trabalho que tenho no
MEP e na Comunidade da Graça.
Não vou esquecer dos meus eleitores e vou lutar pelos interesses
desse grupo, desde que dentro
dos princípios da ética e da tolerância religiosa."
Independentes
Havanir Tavares de Almeida
(Prona), Baratão (Prona), Roger
Lin (PPS) e Dalton Silvano
(PSDB) também são evangélicos,
mas não se posicionam pela união
religiosa na Câmara. "Somos de
partidos diferentes. Terei que
conversar para conhecer cada
um", diz Roger Lin, presbiteriano.
"Sempre andei sozinha, independente. Nunca vou pedir só para um setor. Peço para a população em geral. Não gosto de me
juntar a grupos", afirma Hanavir,
que frequenta a Igreja Batista.
"Ninguém deve ter privilégio.
Se for para mudar alguma coisa,
que seja para todos", afirma Dalton Silvano, que é presbiteriano,
mas se diz "um pouco afastado"
da igreja.
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