São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PL surgiu como dissidência do PFL

DA REDAÇÃO

O PL (Partido Liberal) surgiu em 1985, como uma dissidência do PFL articulada pelo então deputado federal Alvaro Valle (RJ). Suas bases eleitorais concentradas no Sudeste -onde o PFL era mais fraco. Em 1986, elegeu seis deputados federais (1,2%), dos quais cinco no Rio e um em São Paulo (Afif Domingos, o terceiro mais votado no país naquele ano).
No Congresso constituinte (87-88), o partido integrou o bloco conservador Centrão. Em 1989, lançou a candidatura de Afif Domingos à Presidência, que ficou em sexto lugar no primeiro turno, com 4,8% dos votos, à frente dos candidatos do PMDB (Ulysses Guimarães) e PFL (Aureliano Chaves). No ano seguinte, o partido elegeu 16 deputados federais.
Em 1994, o PL lançou a candidatura de Flávio Rocha à Presidência, mas este renunciou em 10 de agosto, depois que a Folha revelou seu envolvimento com a venda irregular de bônus eleitorais.
O PL passou a apoiar a candidatura de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Conseguiu eleger um senador (Romeu Tuma, em São Paulo), mas sua bancada na Câmara caiu para 13 deputados.
O PL integrou a base governista até junho de 1998, quando passou a apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PPS) à Presidência. Após a eleição daquele ano, sua bancada na Câmara diminuiu para 12 deputados federais, dos quais 3 eram evangélicos: Silas Câmara (AM), da Assembléia de Deus; Glycon Júnior (MG), da Igreja Batista; e Cabo Júlio (MG), da Comunidade Evangélica.

Igreja Universal
Em 1º de fevereiro de 1999, o coordenador político da Igreja Universal, bispo Carlos Rodrigues (eleito pelo PFL-RJ), se filiou ao PL, que passou a liderar um pequeno bloco parlamentar, integrado pelo PSL, PST, PSD e PMN. O bloco reunia só 17 deputados.
Inicialmente, a bancada na Câmara diminuiu: os evangélicos eleitos pela legenda deixaram o partido (que chegou a ter só oito deputados em outubro de 1999), enquanto evangélicos de outras agremiações se concentravam em partidos aliados ao PL (PST, PSL).
Em 9 de janeiro de 2000, o presidente do PL, Alvaro Valle, morreu, sendo substituído na direção pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (PL-SP). Após a mudança, o bispo Rodrigues articulou a migração dos evangélicos ao PL: atingiu 10 deputados em janeiro de 2000, passou a ter 15 em janeiro de 2001, e tinha ontem 22.
Desses 22, sete são ligados à Universal e dois à Assembléia de Deus. Na Câmara, o PL forma um bloco com o PSL. Dos 5 deputados do PSL, três são evangélicos: De Velasco (SP), ligado à Universal; Valdeci Paiva (RJ), ligado à Universal; e Lincoln Portella (MG), da Igreja Batista Renovada.
Até o mês passado, o PL ainda apostava na filiação do governador mineiro Itamar Franco ao partido. O namoro com Itamar era antigo: em 1º de março de 1999, o bispo Rodrigues, já no PL, participou de uma reunião com Itamar, na qual estavam presentes os deputados De Velasco (PSP-SP), Lincoln Portela (PST-MG) , Paulo Gouveia (PST-RS), Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Jorge Pinheiro (PMDB-DF). O encontro terminou com uma oração: "Oramos para que Jesus abençoe o seu governo", disse Rodrigues.
No dia 4 de dezembro de 2000, Itamar recebeu um convite formal para ingressar no PL. O convite foi feito, em encontro no Rio, pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto (SP), acompanhado pelo bispo Rodrigues (RJ). Em 17 de setembro deste ano, porém, Itamar anunciou que ficaria no PMDB, deixando o PL sem candidato à Presidência.


Texto Anterior: Saiba mais: Tempo na TV já estava definido antes das trocas
Próximo Texto: Itamar ameaça sair, ganha cargo e continua no PMDB
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.