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TRIBUTOS
Partidos questionaram no Supremo prorrogação sem cumprimento de 90 dias para entrar em vigor
Justiça mantém cobrança da CPMF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A prorrogação da cobrança da
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira)
sem cumprir a noventena -período de 90 dias para entrar em vigor- foi considerada constitucional ontem pelo STF (Supremo
Tribunal Federal).
Em junho, o Congresso aprovou a prorrogação do imposto do
cheque, como é conhecida a
CPMF, e retirou da emenda constitucional a noventena -prazo
para que uma contribuição entre
em vigor após a aprovação.
O argumento usado pelo governo era que a emenda somente
prorrogava, e não criava uma nova contribuição.
Contrários à medida, o PSL
(Partido Social Liberal) e o PSB
(Partido Socialista Brasileiro) entraram com ações diretas de inconstitucionalidade no STF.
Alterações
Os partidos alegaram que a
emenda sofreu alterações no Senado, onde foi retirada a noventena, depois de aprovada na Câmara e não retornou para nova apreciação dos deputados.
Ontem, por unanimidade, os
ministros do STF julgaram as
ações improcedentes.
A sessão do Supremo foi presidida pelo ministro Ilmar Galvão,
porque o presidente do tribunal,
Marco Aurélio de Mello, está em
viagem oficial a Cuba.
A ministra Ellen Gracie Northfleet, relatora da ação, justificou a
decisão afirmando que houve
apenas a prorrogação da cobrança, e não a criação ou alteração da
contribuição, o que dispensaria o
prazo de 90 dias -o mesmo argumento utilizado pelo governo.
O procurador da Fazenda Nacional Francisco Torgino informou ontem que, com a decisão do
STF, o governo deve tomar providências para que as liminares
concedidas na Justiça em favor da
suspensão da cobrança da CPMF
sejam cassadas.
A ministra Ellen Gracie disse
que cada caso de liminar deve ser
analisado separadamente no órgão em que foi concedida.
Demora
A cobrança da CPMF tinha validade até 17 de junho. Para que ela
continuasse vigorando, precisaria
ser aprovada uma emenda constitucional no Congresso.
O Senado só votou a emenda 50
dias depois da aprovação na Câmara dos Deputados.
À época, o PFL, partido que havia deixado a base do governo, foi
um dos responsáveis pelos atrasos da votação.
A emenda aprovada prorrogou
a cobrança da alíquota da CPMF
-de 0,38%- até 31 de dezembro
de 2003. Em 2004, a cobrança passa a ser de 0,08% e o valor será
destinado exclusivamente ao
Fundo de Combate à Pobreza.
Devido ao atraso da votação, o
governo também promoveu cortes no Orçamento que chegaram a
R$ 5,3 bilhões. Os recursos foram
liberados depois. A previsão de
arrecadação com a CPMF neste
ano é de R$ 19,9 bilhões.
ISS
A emenda aprovada também
incluía o piso de 2% para a cobrança do ISS (Imposto sobre
Serviço), como forma de tentar
diminuir a guerra fiscal, além de
isentar a CPMF das operações na
Bolsa de Valores. A isenção para a
Bolsa já entrou em vigor.
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