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ANTIFALSIFICAÇÃO
Seguindo orientação internacional, modelo deve vigorar em 2005
Passaporte brasileiro terá 20 novos itens de segurança
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal vai implantar
o novo modelo de passaporte brasileiro a partir de 2005, com 20 novos itens de segurança, seguindo
um padrão internacional. Ainda
falta decidir, porém, quem será
responsável pela confecção das
cadernetas -se a iniciativa privada ou a Casa da Moeda.
A mudança é mais do que necessária para dificultar falsificação. Por não haver um estereótipo
de tipo físico -como japoneses e
africanos, por exemplo- o passaporte brasileiro é um dos mais
cobiçados no mercado negro.
A mudança dos passaportes será gradual e voluntária. Quem
precisar renovar ou tirar o primeiro receberá o modelo mais
avançado. Quem quiser mudar
mesmo antes do término da validade também poderá fazê-lo. A
Polícia Federal continuará responsável pela emissão do documento, como faz hoje.
O documento deve continuar
na mesma cor verde de hoje, mas
esse detalhe pode ser modificado,
caso a confecção venha a ser feita
por empresa privada. A hipótese
de mudar a cor é tida como remota no Ministério da Justiça.
A única pendência atualmente
para a implantação do novo modelo são recursos da Itautec-Philco, que em 2002 venceu uma licitação da Polícia Federal para fornecer a caderneta. O assunto está
sob análise do TCU (Tribunal de
Contas da União). Para o caso de
a empresa não aceitar produzir o
novo documento com as especificações do Ministério da Justiça, o
governo preparou um plano B.
A Casa da Moeda apresentou ao
ministério um modelo, seguindo
orientações da pasta sobre os
itens de segurança. Aos atuais cinco itens de segurança, foram incluídos novos 20. Nove deles são
recomendados internacionalmente e não estavam previstos na
licitação da PF.
A principal alteração é a inclusão de dados chamados biométricos, como impressão digital recolhida eletronicamente, inseridos
na forma de código de barras.
Esse código, semelhante ao utilizado nos supermercados para
leitura dos preços de produtos, é
visto no cenário internacional como uma das principais salvaguardas contra a falsificação.
Itens de segurança
As impressões digitais serão
guardadas pela PF em um sistema
informatizado chamado Afis, que
servirá também para registro de
estrangeiros no país e registro de
suspeitos. Dessa forma, o governo
espera diminuir a possibilidade
de que estrangeiros extraditados
consigam voltar ao Brasil com documentos falsos.
Outros itens propostos pela Casa da Moeda são marcas gráficas
especiais, parecidas com as que
são utilizadas hoje nas cédulas do
real, e a inclusão de marcas holográficas, que só podem ser vistas
por uma máquina leitora com luzes ultravioleta.
O serrilhado das páginas também vai mudar, seguindo uma ordem lógica de modo a permitir
que policiais descubram se alguma página foi retirada ou acrescentada ao documento.
Custos
O governo não dispõe de levantamento atualizado sobre os custos que a mudança do modelo de
passaporte terá.
Em 2002, a licitação da PF previu gasto de R$ 563 milhões para o
fornecimento de 11 milhões de
unidades em cinco anos. Na época, a licitação foi contestada pelo
Ministério da Justiça e pela CGU
(Controladoria Geral da União),
devido a 15 erros no edital.
Embora com pequenas chances, o governo não descarta a possibilidade de lançar novo edital.
Neste caso, a licitação exigiria da
iniciativa privada um modelo
com as mesmas características de
segurança que foram apresentadas pela Casa da Moeda.
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