São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Lula e Cabral formalizam aliança para 2º turno no Rio

Peemedebista apóia o presidente e diz que Garotinho tem direito de ficar com o PSDB

Encontro entre candidato do PT à reeleição presidencial e concorrente do PMDB ao governo fluminense está agendado para amanhã


SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá ao Rio amanhã para encontrar o candidato do PMDB a governador, senador Sérgio Cabral Filho. Será a formalização do apoio de Lula e do PT à candidatura peemedebista. Ao presidente, interessa ter em Cabral um aliado. É a garantia de um palanque forte no Estado. A deputada federal Denise Frossard (PPS), adversária do senador no segundo turno, apóia o oponente de Lula, Geraldo Alckmin, do PSDB.
Ontem, Cabral, que venceu a eleição no primeiro turno (3.422.528 votos, ou 41,4% dos válidos), anunciou que apoiará Lula, que também venceu no Estado, mas por uma margem maior: 4.092.648 votos (ou 49,2%). A decisão desagradou o presidente estadual do PMDB, Anthony Garotinho, e sua mulher, a governadora Rosinha Matheus. Ontem o casal anunciou que apóia Alckmin (que recebeu 2.402.076 votos, ou 28,86%) e foi a São Paulo para tornar público esse apoio.
À Folha o senador procurou minimizar a importância do apoio dos Garotinho ao PSDB. Disse que, ao decidir não disputar a eleição presidencial, o PMDB liberou seus políticos para apoiar quem quisessem.
"É um direito deles", disse Cabral, em tom seco, quando questionado sobre o apoio a Alckmin por parte de dirigentes de seu partido no Estado. A seguir, disse ter conversado pessoalmente e por telefone com Garotinho sobre a sucessão presidencial. Não chegaram a um acordo sobre quem apoiar. O PMDB terá no Rio dois palanques. Um pró-Lula, com Cabral, e outro pró-Alckmin, com Garotinho e Rosinha.
"A nossa relação sempre foi de muita independência. Como o partido havia liberado seus militantes para decidir o que melhor conviesse a cada um, na verdade não houve nenhuma novidade nesse posicionamento diferente entre mim e Lula", disse Cabral, acrescentando que Garotinho não expressou desagrado com sua escolha.
"Ele me respeita", afirmou ele, para quem o ex-governador fluminense "tem um histórico de muita briga com o PT".
Segundo Cabral, Lula vai ao Rio referendar a união de "partidos que compõem o campo popular contra uma candidatura conservadora". Com a formalização do apoio de Lula, dois derrotados no primeiro turno deverão migrar para a candidatura peemedebista: Vladimir Palmeira (PT) e o senador Marcelo Crivella (PRB). Crivella teve o apoio de Lula no primeiro turno. Ontem, viajou a Brasília a fim de falar com Lula e com o vice José Alencar.


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