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Petista diz que bancaria defesa de Vedoin no caso sanguessuga
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-coordenador do "grupo
de informações" da campanha
à reeleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, Jorge Lorenzetti, disse, em depoimento
prestado no último dia 22 à Polícia Federal, em Brasília, que
prometeu à família Vedoin
-pivô no escândalo dos sanguessugas- custear seus advogados no processo sobre a máfia dos sanguessugas.
Lorenzetti não admite ter pago pela entrevista dos Vedoin à
revista "IstoÉ" e pelo dossiê
contra José Serra (PSDB), governador eleito de São Paulo.
Os empresários acusaram o tucano e, depois, voltaram atrás.
O petista afirma, entretanto,
que houve um compromisso
seu, que chefiava uma equipe
da campanha de Lula chamada
de "GTInformações (Grupo de
Trabalho e Informações)", de
providenciar "apoio jurídico"
para a família dos Vedoin assim
que as acusações contra Serra
viessem a público, na revista.
"Pela entrevista [à revista],
os Vedoin receberiam somente
o apoio jurídico que o declarante se empenharia pessoalmente
em conseguir", disse Lorenzetti, sem explicar quem pagaria
esses advogados. Segundo ele, o
PT não faria os pagamentos.
Lorenzetti disse que os Vedoin queriam trocar de advogados pois "estavam insatisfeitos
com sua defesa jurídica no processo do caso sanguessuga". O
processo criminal está no STF.
A promessa do "apoio jurídico" é referida pelo ex-diretor do
Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso, em depoimento
prestado à PF no dia 22. Ele foi
além, ao falar em "acerto" com
os futuros denunciantes. "Desde o início, o único acerto era
que Lorenzetti iria fazer com os
Vedoin o apoio jurídico em
Brasília", disse Veloso.
"Quando [Expedito] disse a
Jorge [Lorenzetti] sobre a proposta dos Vedoin de vender o
material, fazer a denúncia na
Justiça e obter apoio jurídico
por R$ 10 milhões, Jorge disse
que os dois estavam "loucos" e
prontamente respondeu que
não faria negociação envolvendo dinheiro, não descartando
apoio jurídico", disse Veloso.
São Paulo
No depoimento à PF, Lorenzetti afirmou ainda ter orientado o ex-assessor de Aloizio
Mercadante (PT-SP) Hamilton
Lacerda a receber em São Paulo
o dossiê contra Serra. "[Lorenzetti] falou por telefone com
Hamilton para que aguardasse
a chegada do material que seria
entregue por Gedimar."
Lorenzetti disse que as primeiras negociações com os Vedoin, o acompanhamento da
entrevista e a preparação para
entrega dos documentos foram
todas ações coordenadas pelo
grupo da campanha de Lula.
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