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CCJ quer que senador alvo de processos deixe cargos
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em mais uma sessão marcada por troca de insultos entre
aliados e adversários de Renan
Calheiros, a CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) aprovou ontem projeto que obriga o
afastamento dos cargos na Casa para quem enfrentar processos de cassação.
O projeto ainda precisa passar pelo plenário. Se for aprovado, a regra valerá a partir do dia
1º de janeiro de 2008 e não terá
efeito retroativo. Nos moldes
em que foi aprovado, o projeto
não atinge Renan, já que os três
processos que ele ainda enfrenta já são considerados em andamento. "O texto protege o Senado, não há relação com o presidente Renan", disse o líder do
governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que havia tentado jogar o
início da regra para 2009.
Para evitar a perda automática de cargos na Mesa Diretora e
em comissões da Casa, o projeto determina que caberá ao
Conselho de Ética fazer um
"filtro" nas denúncias. O texto
também muda regras de funcionamento do próprio conselho, estabelecendo a proibição
de se nomear um relator do
processo que seja do mesmo
partido do senador acusado ou
do partido autor da denúncia.
Um dos principais aliados de
Renan, Wellington Salgado
(PMDB-MG) protestou: "Está
se criando um manual para dar
golpe em presidente de comissão e em alguns senadores".
Relator do projeto, Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE) respondeu: "Se essa regra estivesse em vigor, o Senado não estaria em situação tão vexatória,
não estaria no fundo do poço".
Wellington reagiu: "Eu detesto o seu estilo, não gosto das
palavras que Vossa Excelência
usa contra o Senado. Não gosto
quando diz que o Senado tem
mau cheiro". E Jarbas respondeu fora do microfone: "E continua [cheirando mau]".
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