São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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CCJ quer que senador alvo de processos deixe cargos

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em mais uma sessão marcada por troca de insultos entre aliados e adversários de Renan Calheiros, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou ontem projeto que obriga o afastamento dos cargos na Casa para quem enfrentar processos de cassação.
O projeto ainda precisa passar pelo plenário. Se for aprovado, a regra valerá a partir do dia 1º de janeiro de 2008 e não terá efeito retroativo. Nos moldes em que foi aprovado, o projeto não atinge Renan, já que os três processos que ele ainda enfrenta já são considerados em andamento. "O texto protege o Senado, não há relação com o presidente Renan", disse o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que havia tentado jogar o início da regra para 2009.
Para evitar a perda automática de cargos na Mesa Diretora e em comissões da Casa, o projeto determina que caberá ao Conselho de Ética fazer um "filtro" nas denúncias. O texto também muda regras de funcionamento do próprio conselho, estabelecendo a proibição de se nomear um relator do processo que seja do mesmo partido do senador acusado ou do partido autor da denúncia.
Um dos principais aliados de Renan, Wellington Salgado (PMDB-MG) protestou: "Está se criando um manual para dar golpe em presidente de comissão e em alguns senadores".
Relator do projeto, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) respondeu: "Se essa regra estivesse em vigor, o Senado não estaria em situação tão vexatória, não estaria no fundo do poço".
Wellington reagiu: "Eu detesto o seu estilo, não gosto das palavras que Vossa Excelência usa contra o Senado. Não gosto quando diz que o Senado tem mau cheiro". E Jarbas respondeu fora do microfone: "E continua [cheirando mau]".


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