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TERRA SEM LEI
Acusados de matar freira em fevereiro vão a julgamento no dia 9
Quase 50 ligados a Dorothy sofrem ameaças no Pará
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ANAPU (PA)
Mais de nove meses depois do
assassinato da freira americana
naturalizada brasileira Dorothy
Stang, ocorrido em 12 de fevereiro
deste ano, sindicalistas, trabalhadores rurais e religiosos ligados à
missionária na questão agrária
continuam ameaçados de morte
em Anapu, no oeste do Pará.
No dia 9, os dois acusados de assassinar a religiosa a tiros, numa
emboscada (Rayfran das Neves
Sales, 28, e Clodoaldo Carlos Batista, 30) irão a julgamento em Belém, onde estão presos.
No relatório "Violação dos Direitos Humanos na Amazônia;
Conflito e Violência na Fronteira
Paraense", da ONG Justiça Global, são listados quase 50 nomes
que correm risco de morte.
Um dos ameaçados é o padre
Amaro Lopes de Sousa, 39, um
dos coordenadores que substituíram a missionária na Comissão
Pastoral da Terra. "Uma mulher
ligou dizendo que havia três vermes para serem retirados: eu, o
Chiquinho [Francisco de Assis
dos Santos Souza, presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapu] e o
Gabriel [Domingos do Nascimento, atual presidente]."
Em outubro, Francisco Souza
foi ameaçado de linchamento por
um grupo de trabalhadores contrário ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável, que visa assentar sem-terra. Segundo o padre Amaro, as ameaças não se
concretizam por causa da presença do Exército. Mas, na manhã de
sexta, quando falou com a Folha,
o religioso estava apreensivo.
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