São Paulo, domingo, 04 de dezembro de 2005

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TERRA SEM LEI

Acusados de matar freira em fevereiro vão a julgamento no dia 9

Quase 50 ligados a Dorothy sofrem ameaças no Pará

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ANAPU (PA)

Mais de nove meses depois do assassinato da freira americana naturalizada brasileira Dorothy Stang, ocorrido em 12 de fevereiro deste ano, sindicalistas, trabalhadores rurais e religiosos ligados à missionária na questão agrária continuam ameaçados de morte em Anapu, no oeste do Pará.
No dia 9, os dois acusados de assassinar a religiosa a tiros, numa emboscada (Rayfran das Neves Sales, 28, e Clodoaldo Carlos Batista, 30) irão a julgamento em Belém, onde estão presos.
No relatório "Violação dos Direitos Humanos na Amazônia; Conflito e Violência na Fronteira Paraense", da ONG Justiça Global, são listados quase 50 nomes que correm risco de morte.
Um dos ameaçados é o padre Amaro Lopes de Sousa, 39, um dos coordenadores que substituíram a missionária na Comissão Pastoral da Terra. "Uma mulher ligou dizendo que havia três vermes para serem retirados: eu, o Chiquinho [Francisco de Assis dos Santos Souza, presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapu] e o Gabriel [Domingos do Nascimento, atual presidente]."
Em outubro, Francisco Souza foi ameaçado de linchamento por um grupo de trabalhadores contrário ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável, que visa assentar sem-terra. Segundo o padre Amaro, as ameaças não se concretizam por causa da presença do Exército. Mas, na manhã de sexta, quando falou com a Folha, o religioso estava apreensivo.


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