São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Vitaminado

O placar folgado da absolvição de Paulinho não apenas desencoraja qualquer questionamento formal à decisão do Conselho de Ética como fortalece o deputado no PDT. "Fraco ele nunca chegou a ficar. Mas agora poderá desfilar", resume um correligionário.
O primeiro efeito concreto se dará na eleição, em fevereiro, do próximo líder da bancada: o posto será ocupado pelo próprio Paulinho ou pelo nome escolhido por ele. O mesmo ocorrerá, mais adiante, quando for eleita a nova direção nacional do partido. Se Paulinho quiser, assumirá a presidência. Se achar mais conveniente, deixará ali um preposto, função hoje exercida pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi.



Peroba. Antônio Andrade (PMDB-MG), um dos ausentes no Conselho de Ética (foi substituído por suplente pró-Paulinho), disse a colegas que perdeu a hora: quando percebeu -que pena!-, a sessão havia terminado. Ele jura que teria votado pela cassação.

Pára tudo. Horas antes de Arlindo Chinaglia (PT-SP) anunciar que a reforma tributária ficou para o ano que vem -ou para quando Deus quiser-, o governo concluiu, numa reunião no Planalto, que era melhor adiar do que votar de qualquer jeito o relatório de Sandro Mabel (PR-GO), possivelmente pondo em risco a aprovação do Orçamento.

Fênix. Enquanto a tributária vai para a UTI, cresce na Câmara o movimento pró-reforma política. Já circulam nomes para a comissão especial: João Paulo Cunha (PT-SP) seria o presidente; ACM Neto (DEM-BA), o relator.

E agora? Ao lado do líder da bancada de deputados do PMDB, Henrique Alves (RN), Michel Temer (SP) ouvia uma história de cara amarrada, ontem à tarde, no fundo do plenário da Câmara. Era Roseana Sarney (MA) lhe contando que o PMDB do Senado iria anunciar dali a pouco -para valer ou para blefar- que terá candidato à presidência da Casa. O que só faz atrapalhar a eleição de Temer.

Pois é. O Orçamento paulistano para 2009, que previa gastos de R$ 29,4 bilhões e agora sofrerá corte de R$ 2,2 bilhões, foi enviado por Gilberto Kassab (DEM) à Câmara cinco dias antes do primeiro turno da eleição. "Felizmente, a receita não está diminuindo, então esperamos contar com o Orçamento enviado à Câmara", afirmou o prefeito um dia depois da vitória no segundo turno.

Entupiu 1. Não bastasse o "empoçamento" de verbas do Orçamento, municípios devastados de Santa Catarina foram preteridos pelo Ministério das Cidades nos repasses por meio de convênios firmados com as prefeituras.

Entupiu 2. Em Itajaí, um convênio para drenagem, datado de julho de 2006, teve somente R$ 29 mil liberados, de um total de R$ 146 mil. Para Ilhota, foram destinados R$ 29,2 mil (20% do previsto) em programa de infra-estrutura.

Entupiu 3. Obras de contenção de enchentes no rio Itajaí-Mirim, em Brusque, figuram na "lista suja" do TCU, enviada à Comissão de Orçamento. Resultado de convênio entre União e prefeitura, elas estão paradas desde 2002 por suspeita de fraude na licitação e superfaturamento.

Hic! O PT encomendou 500 garrafas de cachaça mineira, embaladas em caixas de madeira com a estrela vermelha entalhada. Será o presente de Natal para dirigentes, ministros, fornecedores e, mais importante, doadores da sigla.

Desafinado. A Articulação de Esquerda, ala petista do ministro da Pesca, Altemir Gregolin, questiona a candidatura presidencial de Dilma Rousseff. "BC e ministérios continuarão sob o controle da centro-direita e do grande capital?", pergunta o "Página 13", jornal da corrente.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"De nada adianta estabelecer metas se não há medidas efetivas para reduzir o desmatamento."

Do deputado RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP), sobre o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, no qual o governo afirma a intenção de diminuir o desmatamento na Amazônia em 40% até 2010.

Contraponto

Mãos de tesoura

Autoridades como o presidente do Senado, Garibaldi Alves, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, compareceram ontem ao 3º Congresso Mundial de Engenheiros, que se realiza até sábado em Brasília. Lá encontraram o tunisiano Kamel Ayad, senador e ex-presidente da federação internacional da categoria.
No meio da conversa, ele contou que, na Assembléia Nacional da Tunísia, os senadores dividem um único gabinete. Foi a deixa para Paulo Bernardo provocar:
-Boa idéia para aproveitarmos aqui...
E Garibaldi:
-Lá vem o senhor! Tudo para economizar!


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