São Paulo, quinta, 4 de dezembro de 1997.




Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça garante hoje leilão do Meridional

da Sucursal de Brasília

O Banco Central realiza hoje o leilão de privatização do Meridional -banco federal sediado em Porto Alegre-, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Ontem à tarde, a 6ª Vara Cível da Justiça Federal do Rio Grande do Sul negou três pedidos de liminar que suspendiam a venda do banco.
O deputado federal Miguel Rosseto e os estaduais Luciana Genro e José Gomes, todos do PT, tentariam nova ação, ontem à noite, para impedir o leilão.
Eles pretendiam apresentar uma ação popular ao juiz de plantão na Justiça Federal, em Porto Alegre.
Foram qualificados para participar do leilão Bradesco, CGD (Caixa Geral de Depósitos S/A, de Portugal), CIMS S/A (representa o Banco Pactual) e Goldener Inc. (representa o Bozano, Simonsen).
Os quatro habilitados fizeram o depósito de 50% sobre o preço mínimo de suas propostas na Bolsa de Valores do Rio, segundo o BC.
O banco está avaliado em R$ 210 milhões. A participação da União no capital do Meridional é de 82,36%. O lote de ações à venda representa 75,61% do capital, e o preço mínimo é R$ 171,4 milhões.
Os outros 6,75% serão ofertados aos funcionários por R$ 1,53 milhão. O futuro controlador poderá quitar 90% do preço de compra com "moedas podres" -títulos de longo prazo da dívida federal- e 10% em dinheiro.
Esta é a segunda vez que o BC tenta privatizar o Meridional. Em maio de 96, o governo suspendeu o leilão devido a dúvidas sobre a qualidade dos créditos do banco.
A avaliação do banco caiu para R$ 210 milhões, abaixo do valor proposto inicialmente (R$ 438 milhões), depois que o BC fez um saneamento financeiro no banco para possibilitar a privatização.
A Caixa Econômica Federal foi obrigada a comprar carteiras de crédito do Meridional consideradas de difícil recuperação.
O BC ainda pagou R$ 77 milhões à Receita Federal, referentes a deduções sobre operações financeiras. Também foram demitidos 2.500 funcionários e fechadas 37 agências deficitárias.


Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.