São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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PAINEL

Solução final
Políticos próximos a Geraldo Alckmin trabalham para convencê-lo a deixar o Palácio dos Bandeirantes bem antes da data-limite para candidatos, 1º de abril. A idéia é criar uma situação de fato e assim emparedar José Serra, oponente do governador na disputa pela vaga tucana na sucessão presidencial.

Sintonia fina
Para alguns defensores da desincompatibilização precoce, o início de março está de bom tamanho. Outros acham que até lá o quadro já poderá ter se definido a favor de Serra e que, para obter o efeito desejado, Alckmin deveria deixar o cargo no máximo no início de fevereiro.

Mensagens distintas
Um parlamentar tucano resume a diferença: se sair em breve, Alckmin tornará mais onerosa para Serra a eventual renúncia à prefeitura; se sair em março, estará implicitamente anunciando a disposição de bater chapa com o ex-ministro em convenção.

Dormindo no caixa
Fechado o balanço financeiro do governo federal, restaram R$ 3 bi que os ministérios não conseguiram gastar em 2005. Nada apenas empenhado: eram recursos liberados, que serviram para engordar o superávit tão amaldiçoado pelos ministros.

Pravda
Para festejar os três anos do governo Lula, a Secom preparou um jornal com 36 páginas e tiragem de 1,2 milhão de exemplares, recheado exclusivamente com boas notícias, para ser distribuído em repartições públicas e sindicatos Brasil afora.

Novo veio
A oposição já fala em esticar até março a CPI dos Correios para investigar o patrocínio de R$ 9 mi da Petrobras ao instituto petista Florestan Fernandes.

Força do capitão
Saiu na terça-feira a nomeação de Daisy Aparecida Barretta, que foi chefe-de-gabinete de José Dirceu e com ele saiu da Casa Civil em junho passado, para trabalhar no gabinete de Lula.

Vida fácil
Georges Cavalcanti, do Zoológico de Brasília, define o carcará, novo símbolo da Abin: "É ave preguiçosa. Prefere comer restos de animais mortos a caçar".

Cofrinho
O PT vai faturar R$ 305 mil com a convocação extraordinária do Congresso, resultado do recolhimento de 20% do valor recebido por 72 deputados e 10 senadores do partido que não rejeitaram a remuneração. É pouco para quem deve pelo menos R$ 50 mi, mas ajuda.

Doce de criança
Nem mesmo creches escaparam do apetite da tesouraria petista. O deputado Vicentinho (SP) planejava doar R$ 9.300 para duas instituições, mas o partido mordeu exatos R$ 1.862.

Com verba
Até o MST se deu bem na convocação. Ivan Valente (PSOL-SP) destinará sua remuneração extra de R$ 26 mil à entidade liderada por João Pedro Stedile.

Chamada oral
Às turras com o Conselho de Ética, Aldo Rebelo (PC do B-SP) convocou líderes da Câmara para almoço na segunda. Quer definir o final de março como prazo-limite para as cassações.

Causas impossíveis
Testemunha de defesa do mensaleiro Pedro Corrêa (PP-PE), o advogado Paulo Goyaz parou o Campeonato Brasileiro de 2000 ao peitar os clubes grandes em favor do Gama-DF.

Outro lado
O líder do governo paulista na Assembléia, Edson Aparecido (PSDB), diz que o Estado foi contra a isenção às empresas geradoras de energia no projeto de cobrança do uso da água. A medida teve o apoio de parlamentares da base de Alckmin, mas acabou vetada pelo tucano.

TIROTEIO

Da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) sobre os parlamentares que doaram a remuneração da convocação extraordinária a entidades beneficentes:
-É política clientelista que se assemelha à compra de votos. Melhor devolver o dinheiro.

CONTRAPONTO

Todo-poderoso

Depois de negociação que se arrastou por meses, transcorria na Câmara Municipal de São Paulo, anteontem, a sessão em que foi aprovado o projeto da prefeitura para entregar a entidades sociais a administração de serviços públicos de saúde.
Em nome da bancada do PT, Claudete Alves batia pesado no prefeito José Serra. Para a vereadora, o projeto é uma espécie de "cheque em branco" entregue ao presidenciável do PSDB.
O PT acusa a administração tucana de implantar um modelo que poderia ressuscitar os problemas do PAS, plano criado sob Paulo Maluf e extinto por revelações de corrupção. Claudete Alves condenava também o "caráter eleitoreiro" do texto:
-O Serra está querendo ser candidato a vice de Deus!
O vereador Ricardo Montoro (PSDB) não perdeu a piada:
-Vice? Acho que a senhora não conhece o Serra...


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