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Oposição considera acusação de Dirceu gravíssima e quer apurar suposto caixa 2
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líderes da oposição classificaram a entrevista do ex-ministro José Dirceu à revista
"Piauí" como "gravíssima" e
afirmaram ontem que estudam
mecanismos para promover a
investigação da suposta existência de caixa dois petista no
Rio Grande do Sul.
A avaliação é que as suspeitas
não podem "ficar no ar" e, por
isso, a oposição vai pedir às assessorias jurídicas que acompanhem os desdobramentos da
acusação na Assembléia Legislativa gaúcha e o depoimento
que Dirceu deve prestar ao Supremo Tribunal Federal neste
mês, sob a acusação de chefiar o
esquema do mensalão.
"Não podemos ficar impassíveis diante disso. A entrevista
[de Dirceu] com certeza será
um tema de enfrentamento.
Soma-se isso ao pacote do governo [lançado para substituir
as perdas com o fim da CPMF]
e podemos prever que não será
um bom início de ano legislativo. Os trabalhos vão começar
acirrados", diz o líder do PSDB
na Câmara, deputado Antônio
Carlos Pannunzio (SP).
Lideranças da oposição disseram acreditar que Dirceu
concedeu a entrevista para
mandar recados ao governo.
"Não sei o que ele está tentando
fazer, mas está claro que ele
quer mandar um recado para
alguém e com certeza alguém
muito ligado ao governo", disse
o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Chamado de "gaiato" por
Dirceu na entrevista, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou que
as declarações são fruto de ressentimento do ex-deputado
por ter tido o mandato cassado.
"Ele não esqueceu sua cassação porque o Congresso, para
se defender, teve que jogá-lo fora", afirmou Garibaldi, para
quem a entrevista de Dirceu
atacou "toda a instituição".
Após reunião com o presidente Lula, o ministro Tarso
Genro (Justiça) disse que não
tem informações sobre a compra da sede do PT gaúcho porque, à época, não integrava a direção estadual do partido.
Segundo ele, o "contencioso"
estabelecido é entre Dirceu e o
diretório do partido à época.
Questionado se é histórica a rixa entre paulistas e gaúchos do
PT, ele respondeu: "É residual".
"Não tenho informação sobre isso [se a sede foi comprada
com caixa dois] porque eu não
era da direção estadual."
(MARIA CLARA CABRAL, SILVIO NAVARRO E LETÍCIA SANDER)
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