São Paulo, sábado, 05 de janeiro de 2008

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Oposição considera acusação de Dirceu gravíssima e quer apurar suposto caixa 2

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Líderes da oposição classificaram a entrevista do ex-ministro José Dirceu à revista "Piauí" como "gravíssima" e afirmaram ontem que estudam mecanismos para promover a investigação da suposta existência de caixa dois petista no Rio Grande do Sul.
A avaliação é que as suspeitas não podem "ficar no ar" e, por isso, a oposição vai pedir às assessorias jurídicas que acompanhem os desdobramentos da acusação na Assembléia Legislativa gaúcha e o depoimento que Dirceu deve prestar ao Supremo Tribunal Federal neste mês, sob a acusação de chefiar o esquema do mensalão.
"Não podemos ficar impassíveis diante disso. A entrevista [de Dirceu] com certeza será um tema de enfrentamento. Soma-se isso ao pacote do governo [lançado para substituir as perdas com o fim da CPMF] e podemos prever que não será um bom início de ano legislativo. Os trabalhos vão começar acirrados", diz o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Carlos Pannunzio (SP).
Lideranças da oposição disseram acreditar que Dirceu concedeu a entrevista para mandar recados ao governo. "Não sei o que ele está tentando fazer, mas está claro que ele quer mandar um recado para alguém e com certeza alguém muito ligado ao governo", disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Chamado de "gaiato" por Dirceu na entrevista, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou que as declarações são fruto de ressentimento do ex-deputado por ter tido o mandato cassado.
"Ele não esqueceu sua cassação porque o Congresso, para se defender, teve que jogá-lo fora", afirmou Garibaldi, para quem a entrevista de Dirceu atacou "toda a instituição".
Após reunião com o presidente Lula, o ministro Tarso Genro (Justiça) disse que não tem informações sobre a compra da sede do PT gaúcho porque, à época, não integrava a direção estadual do partido.
Segundo ele, o "contencioso" estabelecido é entre Dirceu e o diretório do partido à época. Questionado se é histórica a rixa entre paulistas e gaúchos do PT, ele respondeu: "É residual".
"Não tenho informação sobre isso [se a sede foi comprada com caixa dois] porque eu não era da direção estadual."
(MARIA CLARA CABRAL, SILVIO NAVARRO E LETÍCIA SANDER)


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