São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Acordo em perigo
Lula resiste a cumprir acordos firmados por José Dirceu com PMDB, PTB e PP na reforma ministerial. Influenciado por Palocci, não quer entregar a Superintendência de Seguros Privados para o petebista Benito Gama nem o Serpro (processamento de dados) para o PP.

Dança das cadeiras
Na negociação de José Dirceu com o PMDB, o partido indicaria as chefias dos Correios (órgão das Comunicações), da Dataprev e do INSS (da Previdência). Mas Lula prefere deixar esses cargos nas mãos de petistas.

Promessa é dívida
PMDB, PTB e PP já deram o recado: se o acordo fechado por José Dirceu não for cumprido, haverá retaliação nas próximas votações no Congresso.

Festa lá, paga aqui
O Fórum Social Mundial foi realizado na Índia, mas quem pagou a conta foram empresas estatais brasileiras: Correios, Petrobras, Caixa Econômica Federal e Fundação Banco do Brasil. A Fundação Ford completou o orçamento do fórum.

Quase pornográfico
O deputado Zé Geraldo (PT-PA) arrumou um apelido para a área da região Norte que será beneficiada em caso de aprovação do projeto de José Sarney (PMDB-AP) que amplia benefícios fiscais: "superzona".

Fora do ponto
Na segunda semana como líder do governo na Câmara, Miro Teixeira já desagrada ao Planalto. Ontem, o ex-ministro chegou à reunião sobre o projeto de biossegurança após o final. Quando o encontro começou, almoçava em uma churrascaria.

Contra a corrente
Em conversas reservadas, Lula criticou Ciro Gomes (Integração Nacional). Avalia que o ministro demorou a agir na ajuda às vítimas da enchente do Nordeste, deixando o governo exposto.

Choque à vista
Saturnino Braga (PT), relator do plano de investimentos do governo até 2007, incluiu em seu parecer a redução do superávit primário (economia para pagar juros) para aumentar os investimentos públicos em R$ 27,9 bilhões. Palocci (Fazenda) já disse que o governo rejeitará a idéia.

Afogando em números
Levantamento tucano diz que Marta Suplicy não gastou nem um centavo em 38 obras de canalização de córregos em SP previstas para 2003. Em outras oito, aplicou 73% do previsto. "Mas em publicidade gastou R$ 16 milhões a mais do que o orçado", critica José Aníbal (PSDB).

Sem condições
A Prefeitura de SP informa que as canalizações não foram licitadas por falta de condições técnicas. Afirma ter gasto R$ 40 milhões em córregos.

Semideuses de beca
A federação dos advogados de SP pede no STF que seus membros não sofram grampo judicial. Alega que o trabalho dos advogados é "divino" e que eles são "paladinos dos valores universais da humanidade".

Mãos dadas
Gilberto Kassab (PFL) e Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) formarão grupo de trabalho para discutir alianças no Estado de SP. Na capital, os dois devem lançar candidatos próprios.

Chefe cortês
Geraldo Alckmin nega que tenha reclamado a auxiliares do vestido vermelho usado pela secretária Cláudia Costin (Cultura) em recente inauguração.

Visita à Folha
Berel Aizenstein, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Jaques Perlow, diretor-executivo; de Flavio Unikowsky, primeiro-secretário; de Fernando Kasinski Lottenberg, secretário-geral; e de Bernardo Lerer, assessor de imprensa da Conib.

TIROTEIO

De João Pedro Stedile (MST), sobre o comportamento da base de Lula na discussão do projeto de lei dos transgênicos:
-As mudanças do relator no projeto têm incitado especulações sobre o divórcio político entre o governo e os seus líderes.

CONTRAPONTO

Parece, mas não é

No começo de 1994, Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda do governo Itamar Franco. Já havia traçado com os assessores mais próximos sua estratégia para se lançar candidato a presidente.
Fernando Henrique lê nos jornais que o publicitário Duda Mendonça conversava com Luiz Inácio Lula da Silva para cuidar do marketing petista, articulação mais tarde vetada pelos cardeais do partido.
Surpreso, FHC telefona para o publicitário:
-Duda, mandei contratar você e sua equipe para fazer minha campanha e me disseram que já estava tudo acertado com a DM9. Que história é essa de fazer a campanha do Lula?
Constrangido, Duda tenta esclarecer a confusão tucana:
-Ministro, a DM9 não é mais minha. Vendi para o grupo Icatu, do Daniel Dantas. Hoje é comandada pelo Nizan Guanaes.


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