São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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FOME SOCIAL

Presidente escolheu Ana Fonseca para o cargo de secretária-executiva

Lula intervém na equipe de Patrus

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva interveio diretamente na formação da equipe do recém-criado Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Escolheu para o cargo de secretária-executiva Ana Fonseca, 51, o segundo nome mais importante do ministério comandado por Patrus Ananias (PT-MG).
Fonseca é a atual secretária-executiva do Bolsa-Família, o programa unificado de transferência de renda do governo federal. Ela foi convidada ontem para assumir o cargo no qual atuará como uma espécie de gerente do ministério. Fonseca, que aceitou o convite, confirmou a informação.
O novo ministério foi criado durante a reforma ministerial promovida pelo presidente Lula no dia 23 de janeiro. O presidente demitiu seis ministros, nomeou outros seis e remanejou três para pastas diferentes das que estavam ocupando antes das mudanças.
A reforma inicialmente seria feita para dar dois ministérios ao PMDB, partido que teve atuação importante na aprovação das reformas tributária e da Previdência, mas que não participava do primeiro escalão do governo.

Surpresa
Ao anunciar os nomes dos novos ministros, Lula surpreendeu e fez mudanças profundas na área social. Fundiu os Ministérios da Assistência e Promoção Social e o da Segurança Alimentar e Combate à Fome na pasta hoje conduzida por Patrus Ananias. Ainda acoplou ao novo ministério a secretaria executiva do Bolsa-Família, conduzida por Fonseca.
Pessoas ligadas a Patrus confirmaram o nome de Ana Fonseca para a secretaria executiva do ministério, mas disseram que o presidente Lula deu ao ministro toda a liberdade para montar sua equipe. No entanto, segundo a Folha apurou, quando Lula convidou Patrus para o ministério, já indicou o nome da Ana para o cargo. Ela ainda conta com o aval do ministro José Dirceu (Casa Civil).
Lula, segundo relatos, ficou bem impressionado com o fato de o Bolsa-Família ter conseguido atingir a meta de atendimento (3,6 milhões de famílias) em três meses. Ele quer em toda a área social um resultado semelhante.

Estrutura
A estrutura do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome ainda está sendo definida por Patrus Ananias. Apesar da indefinição, há um modelo sendo discutido.
De acordo com esse modelo, a nova pasta terá uma secretária-executiva e uma adjunta, que deverá ser ocupada por Heliana Kátia, assessora de Patrus Ananias.
O ministério deverá ter cinco secretarias: Segurança Alimentar, Assistência Social, Bolsa-Família, Gestão da Informação e Avaliação (para monitorar o impacto dos programas sociais) e Articulação Política -que responderá pela relação com o Congresso, com governadores e prefeitos.
A nova pasta comporta cinco secretários operacionais, mas pela estrutura que havia antes da reforma, a área social contava com nove secretários - quatro na Segurança Alimentar, quatro na Assistência Social e um no Bolsa-Família. Ou seja: quatro perderão o emprego. A informação que circula na Esplanada é que Patrus não aproveitará ninguém da equipe da ex-ministra Benedita da Silva (Assistência Social).


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