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NEPOTISMO
Juiz suspende demissão de 36 servidores em GO
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
O Tribunal de Justiça de Goiás
concedeu liminar na sexta-feira
passada impedindo a demissão
de 36 parentes de juízes e desembargadores contratados sem concurso público. O grupo de servidores busca suspender a resolução do CNJ (Conselho Nacional
de Justiça) que determinou o fim
do nepotismo no Judiciário até o
próximo dia 14.
O despacho do juiz Ari Ferreira
de Queiroz, da 3ª Vara da Fazenda Estadual de Goiânia, revogou a
decisão anterior de seu substituto
automático, o magistrado Avenir
Passo de Oliveira, que havia negado o pedido de liminar. Queiroz
justificou a medida dizendo que
"nem todas as questões constantes na petição foram observadas".
O juiz acatou os argumentos
dos servidores ameaçados de exoneração, que alegam inconstitucionalidade na resolução do CNJ.
Segundo o grupo de funcionários,
não cabe ao conselho o estabelecimento de normas.
"O Judiciário não tem amparo
jurídico e, ameaçando-os [os servidores não concursados] de exoneração a partir do próximo dia
14, têm como demonstrados os
pressupostos necessários para a
concessão de medida liminar que
suspenda os efeitos do ato impugnado e os mantenha nos respectivos cargos até o julgamento do
mérito", afirmou Queiroz.
O magistrado afirmou que o artigo 103-B da Constituição, que
institui o CNJ, não atribui a ele o
direito de substituir o Poder Legislativo, "devendo limitar suas
atividades a cumprir a legislação
existente". "Assim, o CNJ exorbitou de sua competência e criou
norma jurídica que nem o próprio legislador conseguiu criar."
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