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Aécio nega em público, mas já avalia ser vice
Em conversas com aliados, governador se mostra receptivo a argumento de que sua ajuda será reconhecida pelo partido
Para evitar pressão, mineiro
mantém discurso de que vai
disputar Senado; decisão só
deverá ser anunciada depois
que tucano deixar o governo
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Embora continue negando
publicamente, o governador de
Minas, Aécio Neves (PSDB), já
admite, em conversas com interlocutores, a hipótese de ocupar a vice na chapa do governador de São Paulo, José Serra, à
Presidência da República.
Segundo aliados, Aécio se
mostra maleável ao argumento
de que seu esforço será reconhecido pelo partido se aceitar
a vice. O momento mais tenso
dessas conversas ocorre quando aliados ponderam que Aécio
poderá ser responsabilizado
por uma eventual derrota do
PSDB, caso resista ao apelo.
Apesar de já conversar sobre
a hipótese, Aécio reserva essa
decisão para depois de abril.
Ele pretende deixar o cargo em
março, mas poderá deixar para
traçar seu destino político nas
convenções de junho.
Até lá, poderá acompanhar o
desempenho de Serra nas pesquisas, caso o governador de
São Paulo se afaste mesmo do
cargo para concorrer.
Aécio ainda sonha com a hipótese de ser o candidato tucano à Presidência, encabeçando
uma chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin na vice.
Esse cenário seria possível caso
Serra desistisse de concorrer à
Presidência, candidatando-se à
reeleição no Estado.
Um dos argumentos que aliados de Aécio levam em conta
para encorajá-lo a aceitar a vaga de vice é que, ainda que perca, ao lado de Serra, a disputa
para a ministra Dilma Rousseff
(PT), o mineiro conquistará visibilidade nacional, além de se
credenciar para 2014.
No cenário em que Serra fosse eleito, seria grato a Aécio. Já
numa derrota em que o governador mineiro tivesse se recusado a ser vice, poderia ser responsabilizado pelo resultado.
Por fim, aliados de Aécio
ponderam que ele não tem perfil para o papel de líder da oposição e corre o risco de não ter
tanta visibilidade no Senado.
Ainda assim, Aécio se irrita
quando o assunto vem à tona e
voltou a negar ontem a possibilidade de participar da chapa na
condição de candidato a vice.
"Não, nem cogito essa possibilidade", afirmou Aécio.
O crescimento de Dilma
Rousseff nas pesquisas, como
na CNT/Sensus, divulgada nesta semana, reacendeu a discussão sobre a chamada chapa
"puro-sangue" no PSDB.
Antes de ser questionado ontem mais uma vez sobre se será
vice de Serra, Aécio havia dito
que seu futuro é o Senado.
"Quanto ao futuro, fiz uma
opção muito clara hoje: serei
candidato ao Senado da República por Minas Gerais e, no
Congresso, quero dar continuidade ao trabalho que iniciamos
aqui, defendendo, lá, os interesses de Minas Gerais."
Aécio tem viajado pelo Estado inaugurando obras na companhia do vice-governador Antonio Anastasia, que em abril
assumirá o governo do Estado e
tentará se eleger governador.
Aécio está empenhado em fazer dele o seu sucessor.
Sobre a pré-candidatura de
Serra, Aécio disse que é um nome "extremamente qualificado" e que tem "todas as condições de apresentar um projeto
novo para o Brasil".
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