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São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

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PAINEL

Ataque seletivo
O PSDB decidiu intensificar as críticas ao governo depois do Carnaval, mas sem bater diretamente em Lula e em Palocci Filho (Fazenda). Dizem que é preciso preservar a governabilidade e a posição do ministro. O partido avalia que, se ele cair, seu substituto será um radical.

Alvo preferencial
Os ataques dos tucanos serão focalizados nas contradições do PT (antes e depois da eleição), nos programas sociais do governo, principalmente o Fome Zero, e nos demais ministros.

Críticos de plantão
Haverá rodízio entre os tucanos nas tribunas do Congresso para atacar o governo. A cada dia, pelo menos dois parlamentares do PSDB em cada Casa vão disparar críticas ao PT. A intenção é evitar que os dois líderes, Jutahy Júnior (Câmara) e Arthur Virgílio (Senado), fiquem marcados como "radicais".

Arrumação da casa
João Paulo promete reformar o espaço utilizado pelos partidos na Câmara. Todos os líderes terão um gabinete e uma sala de reuniões no Salão Verde, ao lado do plenário. Os escritórios das lideranças ficarão embaixo do plenário e serão proporcionais ao tamanho da bancada.

Grita antecipada
A reforma física da Câmara deverá ser concluída depois do recesso parlamentar de julho. Representantes do PMDB e PFL, partidos que perderão espaço, já começaram a reclamar.

Excesso de velocidade
A direção do Dersa (órgão do setor de transportes do governo de SP) pressiona técnicos da Secretaria de Meio Ambiente para apressar a aprovação da licença ambiental das obras do Rodoanel, um dos principais projetos da gestão Geraldo Alckmin.

Trânsito normal
O Dersa, que pretende iniciar em 2005 as obras do trecho sul do Rodoanel, nega pressionar a Secretária de Meio Ambiente para obter a licença do projeto.

Primeiros passos
Marina Silva (Meio Ambiente) quer instituir uma conferência bienal sobre meio ambiente no país, a partir do final deste ano. Seria uma espécie de "Rio+10" permanente, com direito a uma versão infanto-juvenil.

Pausa conveniente
O PFL preparava uma campanha para mostrar o partido como "defensor da classe média", que lutará contra o aumento de impostos. Mas, com os escândalos envolvendo ACM e Jaime Lerner, a sigla resolveu adiar o lançamento da publicidade.

Peso incômodo
Em conversas reservadas, senadores do PFL afirmam que torcem para um desfecho rápido do processo contra ACM. Quanto mais depressa o baiano deixar o Senado, menor será o desgaste que o partido sofrerá.

Economia forçada
Paulo Maluf, que ainda deve salários a assessores da campanha ao governo, demitiu sua secretária Olga Nicastro, que trabalhou com ele por 30 anos.

Controle externo
O Ministério Público Federal, que investigava a demora no preenchimento de vagas do Tribunal Regional Federal, em São Paulo, quer examinar as justificativas da ausência dos desembargadores que obstruíram a votação para escolha de novos juízes, na última sexta-feira.

Avaliação rigorosa
O Tribunal de Contas da União considerou irregular empréstimo de US$ 750 milhões do Banco Central à Petrobras, com recursos das reservas cambiais, entre 90 e 91. Auditoria viu "afronta à Constituição".

Punição amenizada
O TCU não aceitou as alegações de Ibrahim Eris e Antônio Sochaczewski, diretores do BC à época do empréstimo à Petrobras. Mas não aplicou pena, porque a reduzida multa perderia o "caráter punitivo e educativo".

TIROTEIO

Do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), sobre a renúncia do deputado Pinheiro Landim (CE), a segunda em 41 dias:
- Fiquei triste com a renúncia do Pinheiro Landim. Agora, o ACM não tem mais chance de bater o recorde de duas renúncias no menor espaço de tempo.

CONTRAPONTO

Varredura geral

Na última quarta-feira, uma ameaça de bomba obrigou a polícia a esvaziar a sede dos ministérios da Previdência e do Trabalho, em Brasília.
Enquanto policiais vasculhavam o prédio, o ministro Jaques Wagner (Trabalho) despachava com assessores na calçada. Em pouco tempo, chegaram jornalistas, interessados em entrevistar Wagner sobre a ameaça de bomba e sobre o escândalo dos grampos na Bahia. Bem-humorado, o ministro provocou:
- Acho que é trote. Não temos clima de bomba em Brasília. Só mesmo no Rio e na Bahia.
Ao final da operação, Wagner recebeu os policiais que lideraram a busca. Eles confirmaram que não havia bomba. O ministro, então, voltou a provocar seus adversários baianos:
- Então, não tem bomba nenhuma no meu gabinete, é? E escuta telefônica? Sabe como é, eu sou da Bahia...


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