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STJ revalida Satiagraha e mantém De Sanctis no caso
Processo principal decorrente da ação da PF seguirá parado, desta vez, por ordem do TRF
Defesa de Dantas, que ainda estuda recurso, acusou o magistrado de se comportar como um "quase inimigo" do banqueiro do Opportunity
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Por decisão do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), o juiz federal Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São
Paulo, foi mantido à frente da
Operação Satiagraha, que investiga o banqueiro Daniel
Dantas e o grupo Opportunity.
Todos os atos do magistrado no
caso foram revalidados.
Em dezembro, o ministro do
STJ Arnaldo Esteves Lima havia suspendido integralmente a
Satiagraha a pedido de Dantas,
que questionava a imparcialidade do juiz para conduzir a investigação. A defesa acusou De
Sanctis de se comportar no
processo como um "quase inimigo" do banqueiro.
O caso foi analisado ontem
por cinco ministros da 5ª Turma do STJ, que julgaram o mérito do pedido do habeas corpus impetrado pela defesa de
Dantas. Por quatro votos a um,
os magistrados votaram pela
permanência de De Sanctis à
frente da investigação.
Deflagrada em julho de 2008,
a Satiagraha apura crimes financeiros atribuídos a Dantas e
ao grupo Opportunity. A operação já rendeu ao banqueiro
uma condenação em primeira
instância, por tentativa de suborno de um policial para que a
Satiagraha fosse arquivada, e
outro processo em que foi acusado por supostos crimes de lavagem de dinheiro, formação
de quadrilha e outros delitos.
Apesar da decisão de ontem,
esse segundo processo vai continuar suspenso, desta vez por
ordem do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região (TRF-3) .
Em setembro, a juíza federal
da 2ª Vara Criminal de São
Paulo, Sílvia Rocha, defendeu
no tribunal o seu direito de comandar a Satiagraha no lugar
de De Sanctis. Disse que o caso
guarda conexão com outro processo sob responsabilidade dela (leia texto abaixo).
Julgamento
O ministro Esteves Lima,
que havia suspendido provisoriamente a Satiagraha, afirmou
ontem que os fatos apresentados pela defesa de Dantas não
evidenciaram a suposta parcialidade do juiz contra o banqueiro. Disse ainda que o instrumento jurídico utilizado pelos
advogados (o habeas corpus)
não é adequado para alegar a
suspeição do magistrado.
Os ministros Felix Fischer,
Jorge Mussi e Laurita Vaz seguiram o voto do relator.
O único favorável à suspeição
foi o presidente da Turma, Napoleão Maia Filho, que disse ter
havido "empenho do magistrado em fazer justiça do modo
que ele entende". "[Voto para]
determinar a redistribuição do
processo para um juiz que o
conduza de modo equilibrado,
evitando que tome partido, como disse o ministro Gilmar
Mendes", afirmou Maia Filho.
Andrei Schmidt, advogado de
Dantas, disse que vai analisar o
resultado antes de recorrer da
decisão. Se o juiz fosse considerado suspeito, todo o trabalho
da Satiagraha, iniciado em
2004, poderia ser anulado.
O procurador da República
Rodrigo de Grandis afirmou
que a decisão do STJ confirma
o que o Ministério Público Federal vinha defendendo desde
o início, que não existe nenhum
motivo para alegar a suspeição
do juiz De Sanctis. "Agora é esperar a decisão do TRF-3 e retomar os trabalhos."
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