|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REAÇÃO
"Se entraram na casa do secretário, entraram na minha", disse prefeito, que se classificou de 'carente"
Pitta critica apuração sobre Meinberg
da Reportagem Local
O prefeito Celso
Pitta (PTN) se solidarizou publicamente ontem com
seu secretário municipal do Governo,
Carlos Augusto Meinberg, cujo
gabinete e casa foram revirados
na sexta-feira da semana passada
por promotores do Gaeco (Grupo
de Atuação Especial e Repressão
ao Crime Organizado).
Ao falar sobre o episódio, Pitta
voltou a criticar a ação do Ministério Público e foi além em sua solidariedade. "Quero deixar bem
claro que a ofensa ao secretário do
Governo foi diretamente a mim",
afirmou o prefeito.
"Ao entrarem na casa do secretário do Governo, entraram na
minha casa; ao remexerem o armário do secretário e suas peças
íntimas, eles mexeram no armário da minha casa". Pitta disse que
"vai levar adiante esse protesto às
autoridades porque isso não se
verificou nem sequer no ápice do
governo militar".
Para o prefeito, a busca e
apreensão na casa de Meinberg "é
uma truculência inexplicável, cuja justificativa, se foi uma carta
anônima, é uma vergonha para o
Ministério Público".
Pitta também afirmou que está
""carente". ""Nestes três anos não
se registrou perseguição maior
que esta que estou sofrendo. Na
minha vida pessoal, estou carente, mas não deixarei de trabalhar
pelo bem da cidade."
As declarações do prefeito foram feitas após a inauguração do
piscinão Rio das Pedras, na Freguesia do Ó, zona norte. Na Câmara, os vereadores acreditam
que a lista apócrifa a qual o prefeito se referiu, e que traz sete vereadores que receberiam mesadas do
Executivo, teve como objetivo
""fritar" o secretário do Governo.
Os vereadores estão convencidos de que a divulgação da lista
partiu de pessoas próximas a Pitta. A intenção da divulgação, segundo esses vereadores, seria colocar vários parlamentares sob
suspeita, inclusive os da oposição,
e, com isso, forçá-los a enterrar o
pedido de impeachment protocolado na Câmara pela OAB.
Um interlocutor do prefeito,
que pediu para não ser identificado, disse que as declarações de
Pitta ontem reforçam a tese de
que Meinberg estaria sendo ""fritado" para preservar o prefeito.
"Querem criar um clima de animosidade entre o Executivo e o
Legislativo, mas não vão conseguir", disse Pitta.
Ontem, o vereador Miguel Colasuonno (PMDB), que acompanhou Pitta na entrega do piscinão,
disse em discurso para cerca de
cem pessoas que acompanharam
o evento, que "as pessoas têm de
ler e ouvir com bastante atenção o
que se tem divulgado a respeito
do processo de impeachment".
Pitta disse que não teme a investigação do Ministério Público sobre a hipotética sonegação fiscal
que poderia ter sido praticada por
ele ou sua ex-mulher. E questionou a ex-primeira-dama Nicéa
Pitta sobre suas declarações de
que os R$ 150 mil que teria recebido para prestar assessoria na
compra de objetos de arte para o
empresário Jorge Yunes não passou de uma armação.
"Em que devemos acreditar na
dona Nicéa? Uma hora ela diz
uma coisa e, em outra, muda de
opinião". Pitta disse que sua declaração de renda era feita separadamente da de sua ex-mulher.
Ontem, moradores de prédios
em frente ao local onde acontecia
a inauguração do piscinão vaiaram o prefeito e Colasuonno. Por
causa das vaias, o protocolo foi alterado. Pitta teria de atravessar
uma ponte para descerrar a placa
inaugural da obra, mas foi aconselhado por assessores a não fazê-lo. Coube aos operários da obra
executar o protocolo.
Texto Anterior: Origem de dinheiro é investigada Próximo Texto: O que Pitta disse Índice
|