São Paulo, segunda-feira, 05 de abril de 2004

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PAINEL

Tudo pelo avião 1
No primeiro trimestre, o governo federal realizou 0,8% do investimento previsto no Orçamento de 2004. Dessa cifra modesta, 44% saíram do Ministério da Defesa para pagar a primeira parcela do Airbus presidencial.

Tudo pelo avião 2
Segundo o sistema de acompanhamento dos gastos federais, até 21 de março a União pagou R$ 109 milhões dos R$ 12,4 bilhões previstos para investimentos neste ano. O avião de Lula abocanhou R$ 48 milhões.

Turma da penúria
Ministérios da área social estão entre os mais atingidos pela escassez de investimento. É o caso da Previdência, que no primeiro trimestre obteve 0,01% do previsto no Orçamento de 2004, e da Assistência Social e das Cidades, que nada receberam.

Sala do diretor
Em discurso na Câmara, o pefelista José Roberto Arruda (DF) defendeu elevação do mínimo para R$ 320, citando fontes de financiamento. Minutos depois, foi chamado para audiência com o ministro Guido Mantega. Ouviu que a proposta é inviável.

Passeio ameaçado
O embaixador da China no Brasil procurou o Itamaraty na tentativa de evitar viagem de um grupo de deputados brasileiros para a posse do presidente de Taiwan, no final deste mês.

Calendário coincidente
O convite a um grupo de oito deputados foi feito pelo governo de Taiwan, que arcará com as despesas. Há cerca de um mês, os mesmos parlamentares visitaram o país. A nova viagem ocorrerá na semana anterior à chegada de Lula a Pequim.

Fazendo escola
Roberto Requião (PMDB) trabalha para evitar a CPI do porto de Paranaguá, que já tem as assinaturas necessárias. A exemplo do Planalto, o governador do Paraná pressiona líderes partidários para que não indiquem os membros da comissão.

No meio da festa
O sindicalista Wagner Cinchetto, apontado como membro do grupo que produziu dossiês para blindar Lula e fustigar adversários em 2002, foi conferir de perto, ontem, o evento inaugural do 1º de Maio da CUT.

Passe livre
Embora o próprio anuncie a decisão de manter distância de quase todas as campanhas municipais, Lula deu carta branca para que os ministros subam no palanque em seus Estados.

Grupo de risco
Ao liberar a participação de ministros na campanha, o presidente recomendou apenas que evitem candidatos com discurso crítico ao governo. Tal situação é freqüente em pelo menos dois partidos da base: PMDB e PPS.

Munição estocada
O PT baiano coleciona fitas para criticar o mandato de governador de Cesar Borges, hoje candidato do PFL em Salvador. Entre 1999 e 2002, ele esteve envolvido no episódio dos grampos, na greve da PM e na invasão da universidade pela polícia.

Noiva indiferente
O PPS quer emplacar o sindicalista Davi Zaia como vice na chapa de Luciano Zica à Prefeitura de Campinas. Mas o petista prefere solução puro-sangue.

O clone
Vice de José Serra no comando do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira vive dilema semelhante ao de seu superior imediato. O partido faz pressão para que o deputado seja candidato a prefeito de São José do Rio Preto.

Agenda cheia
O PSDB paulistano tenta convencer Fernando Henrique a fazer palestra na sede de seu diretório. Mas o ex-presidente, ao menos por ora, não quer tanta proximidade com a militância.

TIROTEIO

Do deputado pefelista Rodrigo Maia (RJ), sobre a afirmação de Márcio Thomaz Bastos de que houve tentativa de "conspiração" contra o governo:
-O ministro produz cortina de fumaça. Deve ser porque não tem resposta para os atos praticados por Waldomiro Diniz.

CONTRAPONTO

Régua do tempo

Cerca de cem deputados federais fizeram um ato na rampa do Congresso, na quinta-feira, para marcar a passagem dos 40 anos do golpe militar. Intitulado "Ditadura Nunca Mais!", o evento reuniu políticos de vários partidos da base de apoio a Lula.
No final do evento, os participantes leram em coro um texto do escritor e letrista Fernando Brant -irmão do deputado pefelista Roberto Brant (MG), que não participou da manifestação.
O texto foi feito para o filme "Jango", de Silvio Tendler. Ao relembrar 1964, Brant diz: "Fechado no escuro do quarto, eu, pouco mais que um menino, chorava, como se fosse morte a viagem-fuga do presidente".
Próximo de completar 70 anos, o deputado petista Ricardo Zaratini (SP) reclamou:
-Não posso ler isso. Está bem que ele era "pouco mais que um menino", mas eu, na época do golpe, já era homem feito!


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