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PSB fica com portos, mas sem a Infraero
Lula indica que nova secretaria terá menos poder do que o previsto; controle dos portos secos também não será incluído
Partido está insatisfeito com demora do presidente em tirar a secretaria do papel e com falta de detalhes sobre como será a sua estrutura
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSB recebeu do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva a indicação de que a nova secretaria
extraordinária de Portos será
ainda mais modesta do que o
previsto, o que está incomodando o partido.
Além de não ganhar a Infraero, que controla os aeroportos,
como tentou até o último minuto, o partido também recebeu um "não" de Lula na demanda de controlar a administração dos chamados portos secos (na prática, grandes armazéns utilizados para desembaraço de mercadoria).
Os portos secos devem continuar sob administração da Receita Federal e do Ministério da
Fazenda e Infraero, com o Ministério da Defesa.
"Ainda estamos no escuro
quanto à estrutura exata da secretaria", afirmou o líder do
PSB na Câmara, Márcio França
(SP). De concreto, a nova secretaria terá apenas a administração portuária. O PSB ainda tenta abocanhar a administração
das hidrovias, hoje no âmbito
do Ministério dos Transportes,
mas isso é incerto.
A pasta também não deve ter
grande participação nas obras
da transposição do rio São
Francisco, como desejava.
Insatisfação
Nos bastidores, o partido se
mostra insatisfeito. Anteontem, após a reunião do conselho político de Lula, o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, abordou o presidente e perguntou sobre a secretaria. O presidente repetiu o
compromisso de criá-la, mas
não deu detalhes.
Horas depois, o indicado para chefiar o novo órgão, o ex-ministro da Integração Nacional Pedro Brito reuniu-se com
a ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, para discutir os detalhes da estrutura da secretaria.
A conversa não foi conclusiva.
A medida provisória criando a
secretaria deve ficar para depois da Páscoa.
A demora já irrita o partido.
Integrantes da legenda dizem
que já teve até foto do novo ministério de Lula e a nova secretaria nem saiu do papel.
O que consola o partido é a
perspectiva de crescimento da
importância dos portos prevista no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O programa estima gastar
R$ 2,6 bilhões até 2010 em 12
portos marítimos, 67 fluviais e
uma eclusa.
Um dos nós que ainda precisam ser resolvidos pelo governo é a estrutura de cargos da secretaria. Grande parte dos postos médios seria apenas transferida dos Transportes, mas é
inevitável a criação de funções
para cargos de confiança.
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