São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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Trégua DEM-PSDB aproxima Quércia do PT

Líder do PMDB mira vaga ao Senado apoiado por coalizão forte, que não o incluiria se aliança entre tucanos e democratas for mantida

É aventada possibilidade de Kassab se lançar ao Senado em 2010 com o PSDB na chapa, caso prefeito de São Paulo desista da reeleição

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

A reaproximação entre tucanos e democratas nos últimos dias em São Paulo deixou o PMDB na iminência de um acordo com o PT da ministra Marta Suplicy (Turismo).
As conversas entre peemedebistas e petistas se intensificaram nesta semana e os dois lados só aguardam um anúncio oficial da ministra e ex-prefeita de que deixará a Esplanada para definir os detalhes.
"Um entendimento entre o [Geraldo] Alckmin e o [Gilberto] Kassab dificulta uma aliança com eles, complica. Por isso, nós vamos esperar mais, até porque a Marta ainda não anunciou que é candidata", disse ontem o ex-governador Orestes Quércia, que hoje comandará um encontro do PMDB na capital paulista.
Questionado sobre a chance de seu partido lançar uma candidatura própria, Quércia, principal líder peemedebista no Estado, disse que ela é remota: "Possivelmente, vamos compor alguma aliança. Sinto que hoje esse é o desejo dos nossos diretórios".
"Estamos muito otimistas e as coisas estão caminhando bem para nós", afirmou o presidente do PT paulistano, vereador José Américo Dias. Nesta semana, ganhou força no DEM e no PSDB o grupo que defende a aliança entre os dois partidos já no primeiro turno.
Dentre as possibilidades aventadas para a composição, está a de os tucanos apoiarem o democrata para o Senado em 2010 caso ele desista da reeleição. O prefeito faria dobradinha com nome do PSDB. Quércia ambiciona concorrer a uma das duas vagas de senador amparado por uma forte coligação. O PT já sinalizou ao ex-governador que está disposto a encampar seu projeto. Nesse caso, ele formaria dupla com o petista Aloizio Mercadante.
Ontem, Kassab comentou a hipótese do acordo: "As minhas energias serão canalizadas para a manutenção da aliança. A minha predisposição, a minha vontade, é de ser candidato a prefeito, mas não farei desta aspiração pessoal um imperativo para uma decisão política".
Mesmo se a aliança tucano-democrata não sair no primeiro turno, os peemedebistas acham que Kassab e Alckmin deixarão alinhavadas as bases de um acordo no segundo turno, e ele necessariamente envolveria a vaga do Senado em 2010.
Também ontem, o secretário estadual Guilherme Afif Domingos (Emprego e Relações do Trabalho), do DEM, e o presidente do PSDB paulista, José Henrique Reis Lobo, trataram do assunto aliança.
Afif é um dos cotados para ser vice de Alckmin se Kassab abandonar seu projeto eleitoral neste ano. Em 2006, ele foi candidato ao Senado na chapa do ex-governador tucano.
O líder do DEM na Câmara Municipal, Carlos Apolinário, divulgou uma carta aberta ao governador José Serra (PSDB), de quem Kassab era vice na prefeitura até 2006, pedindo que ele trabalhe pela aliança.
No domingo passado, Serra e Alckmin se reuniram por cerca de uma hora. O ex-governador quer o empenho do Palácio dos Bandeirantes para unir os tucanos em sua campanha.


Colaboraram CATIA SEABRA e EVANDRO SPINELLI , da Reportagem Local


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