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AGENDA NEGATIVA
Funcionários do Incra também anunciam paralisação
INSS rejeita a proposta do
governo e mantém greve
EDUARDO SCOLESE
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto os representantes dos
policiais federais admitiram ontem que podem suspender a paralisação para voltar a negociar, o
comando de greve do INSS decidiu rejeitar a proposta do governo, e os servidores do Incra prometem parar em 15 Estados.
Uma comissão de sindicalistas
da PF procurou ontem o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP) e pediu que ele fosse
um interlocutor entre os grevistas
e o governo. O deputado aceitou,
desde que a paralisação acabe.
"Caso a Polícia Federal resolva
suspender a greve, me disponho a
falar com o governo para reabrir
as negociações. Agora, se a greve
continuar, não tenho compromisso. Minha impressão é que as
lideranças aceitaram a proposta e
vão suspender a greve", disse.
De acordo com Francisco Garisto, presidente da Fenapef (Federação Nacional de Policiais Federais), os grevistas estão dispostos
a suspender a paralisação por um
tempo determinado se o Ministério da Justiça mostrar "boa vontade". Para a suspensão temporária,
seria negociado, por exemplo, o
fim do desconto dos dias parados,
que anteontem atingiu, segundo o
governo, 22% dos grevistas.
O ministério afirmou, por meio
de sua assessoria de imprensa,
que sempre esteve disposto a voltar ao diálogo, desde que os manifestantes encerrem a greve. As negociações foram interrompidas
em 14 de abril, quando os sindicalistas recusaram a proposta do governo de aumento de 17% e de
discussão de um projeto de lei para reestruturação da carreira. Eles
pedem reajustes de até 85%.
INSS e Incra
Representantes do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
afirmaram que não confiam na
promessa de estudo de mudanças
pois já teriam sido "traídos" no
fim de 2003 pelo governo Lula.
Os grevistas fizeram 14 exigências que pedem até a revisão do
plano de carreira. Do total, o governo informou que atenderia
quatro e que fará uma comissão
para analisar outros quatro.
No ano passado, ficou acertado
um reajuste de 47,11%, e o governo elaborou uma medida provisória propondo alterações na carreira. Para receber os 47,11%, foi
exigido que os servidores assinassem um termo de adesão aceitando as propostas que constavam
na MP, que foi aprovada pelo
Congresso no dia 1º de abril.
O problema é que, no termo de
adesão, o governo também exigiu
que os servidores que haviam entrado na Justiça para ter um aumento desistissem das ações. Os
servidores não admitem desistir
dos processos já ganhos e dos que
ainda tramitam. A categoria é formada por 45 mil servidores. Segundo os grevistas, 75% estão parados. Para o governo, são 20%.
Ontem à noite, a Cnasi (Confederação Nacional dos Servidores
do Incra) afirmou que funcionários de 15 das 29 superintendências no país já haviam aderido à
paralisação. Eles pedem ampla
reestruturação do órgão e a realização de concursos. A categoria é
composta por 3.000 servidores.
Segundo a assessoria do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), hoje deve
ser finalizado um plano de carreira para os servidores do órgão.
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