|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NOVO ESCÂNDALO
A princípio, deputados e senadores tentaram se desvincular de auxiliares, mas depois determinaram exonerações
Parlamentares anunciam saída de assessores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A maioria dos dez congressistas
cujos assessores foram presos ontem pela operação da Polícia Federal afirmou ter sido surpreendida pela notícia. Inicialmente, alguns tentaram desvincular os
funcionários de suas atividades
nos gabinetes do Congresso, mas
no final do dia já anunciavam a
exoneração dos assessores.
A direção do PL abriu processo
de expulsão do ex-deputado Carlos Rodrigues (RJ) da sigla. Em
nota, o presidente interino do
partido, o ex-ministro Alfredo
Nascimento, determinou a intervenção no diretório do Rio.
O senador Ney Suassuna (PB),
líder do PMDB no Senado, confirmou que tratou do assunto diretamente com o ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça). Disse
que aguardaria o desenrolar da
investigação para decidir se demitiria ou não o assessor Marcelo
Cardoso Carvalho. No final do
dia, anunciou a exoneração.
O marido da deputada Edna
Macedo (PTB-SP), Octavio José
Sampaio Fernandes Filho, disse
considerar estranha a prisão do filho Octavio José Bezerra Sampaio
Fernandes, que foi funcionário do
gabinete da deputada até 2004.
Segundo Fernandes Filho, que
respondia ontem pela mulher, a
deputada -irmã de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do
Reino de Deus- "presumivelmente" tem emendas para a área
de saúde, mas todas para São Paulo, e não para Mato Grosso.
O deputado João Mendes de Jesus (PSB-RJ) exonerou o assessor
Regis Morais Galheno.
A assessoria do deputado Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE)
disse que o deputado ficou surpreso com a prisão da assessora
Adarildes Costa.
O deputado Vieira Reis (PRB-RJ), por meio de sua assessoria,
disse que ainda estuda as providências que tomará em relação à
prisão do funcionário Cristiano
de Souza Bernardo.
Benedito Dias (PP-AP) disse
que Erik Janson Sobrinho foi demitido há três anos após ser citado por outra operação da PF.
O deputado Maurício Rabelo
(PL-TO) disse, também por meio
de sua assessoria, que Luiz Carlos
Moreira Martins é um "consultor
autônomo" e não tem vínculo
com sua atividade parlamentar.
O gabinete do deputado Nilton
Capixaba (PTB-RO) confirmou
que Francisco Machado Filho
exerce a função de assessor. O deputado não foi localizado.
A secretária de Eduardo Seabra
(PTB-AP), cujo funcionário Pedro Braga de Souza Jr. foi preso,
disse que não tinha autorização
para informar os telefones do deputado no Estado.
A Folha não conseguiu contato
ontem com a deputada Elaine
Costa (PTB-RJ), que está de licença médica. Foram presos dois
funcionários do seu gabinete:
Marco Antonio Lopes e Nívea
Martins de Oliveira. O advogado
do ex-deputado Carlos Rodrigues
também não foi localizado.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde se eximiu
da responsabilidade nos processos de licitação destinados à compra de ambulâncias pelas prefeituras com dinheiro da União. Segundo a assessoria do ministro
Agenor Álvares, a responsabilidade é das prefeituras e dos Estados.
"Os processos de licitação para
a compra de unidades móveis de
saúde decorrente da celebração
de convênios, objetos da investigação da Polícia Federal, não são
conduzidos pelo Ministério da
Saúde, sendo responsabilidade do
ente conveniado seguir a legislação em vigência", diz a nota.
Dos três funcionários do Ministério da Saúde envolvidos no esquema de fraude na compra de
ambulâncias, segundo a PF, dois
foram exonerados ontem de suas
funções gratificadas na assessoria
do gabinete do ministro e na divisão de convênios no Rio de Janeiro. Os atos serão publicados hoje
no "Diário Oficial" da União.
Um terceiro funcionário envolvido na fraude já havia sido exonerado em dezembro, segundo o
ministério: Jairo Langoni Carvalho também trabalhava na divisão
de convênios no Rio de Janeiro.
Maria da Penha Lino era assessora do gabinete do ministro desde a gestão de Saraiva Felipe,
substituído em março por Agenor
Álvares. Cacilene Ferreira dos
Santos, funcionária da divisão de
convênios, perdeu a função gratificada e responderá a processo
administrativo.
O advogado do empresário
Darci José Vedoin disse ontem
que não há provas de superfaturamento nas compras de ambulâncias. Segundo Roberto Cavalcante, o valor dos convênios celebrados com as prefeituras passava
por uma avaliação do ministério.
Texto Anterior: Saiba mais: Ex-deputados já se envolveram em escândalos Próximo Texto: Eleições 2006/São Paulo: Marta diz estar arrependida de ter criado taxas em São Paulo Índice
|