São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2006

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NOVO ESCÂNDALO

A princípio, deputados e senadores tentaram se desvincular de auxiliares, mas depois determinaram exonerações

Parlamentares anunciam saída de assessores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A maioria dos dez congressistas cujos assessores foram presos ontem pela operação da Polícia Federal afirmou ter sido surpreendida pela notícia. Inicialmente, alguns tentaram desvincular os funcionários de suas atividades nos gabinetes do Congresso, mas no final do dia já anunciavam a exoneração dos assessores.
A direção do PL abriu processo de expulsão do ex-deputado Carlos Rodrigues (RJ) da sigla. Em nota, o presidente interino do partido, o ex-ministro Alfredo Nascimento, determinou a intervenção no diretório do Rio.
O senador Ney Suassuna (PB), líder do PMDB no Senado, confirmou que tratou do assunto diretamente com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça). Disse que aguardaria o desenrolar da investigação para decidir se demitiria ou não o assessor Marcelo Cardoso Carvalho. No final do dia, anunciou a exoneração.
O marido da deputada Edna Macedo (PTB-SP), Octavio José Sampaio Fernandes Filho, disse considerar estranha a prisão do filho Octavio José Bezerra Sampaio Fernandes, que foi funcionário do gabinete da deputada até 2004. Segundo Fernandes Filho, que respondia ontem pela mulher, a deputada -irmã de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus- "presumivelmente" tem emendas para a área de saúde, mas todas para São Paulo, e não para Mato Grosso.
O deputado João Mendes de Jesus (PSB-RJ) exonerou o assessor Regis Morais Galheno.
A assessoria do deputado Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE) disse que o deputado ficou surpreso com a prisão da assessora Adarildes Costa.
O deputado Vieira Reis (PRB-RJ), por meio de sua assessoria, disse que ainda estuda as providências que tomará em relação à prisão do funcionário Cristiano de Souza Bernardo.
Benedito Dias (PP-AP) disse que Erik Janson Sobrinho foi demitido há três anos após ser citado por outra operação da PF.
O deputado Maurício Rabelo (PL-TO) disse, também por meio de sua assessoria, que Luiz Carlos Moreira Martins é um "consultor autônomo" e não tem vínculo com sua atividade parlamentar.
O gabinete do deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) confirmou que Francisco Machado Filho exerce a função de assessor. O deputado não foi localizado.
A secretária de Eduardo Seabra (PTB-AP), cujo funcionário Pedro Braga de Souza Jr. foi preso, disse que não tinha autorização para informar os telefones do deputado no Estado.
A Folha não conseguiu contato ontem com a deputada Elaine Costa (PTB-RJ), que está de licença médica. Foram presos dois funcionários do seu gabinete: Marco Antonio Lopes e Nívea Martins de Oliveira. O advogado do ex-deputado Carlos Rodrigues também não foi localizado.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde se eximiu da responsabilidade nos processos de licitação destinados à compra de ambulâncias pelas prefeituras com dinheiro da União. Segundo a assessoria do ministro Agenor Álvares, a responsabilidade é das prefeituras e dos Estados.
"Os processos de licitação para a compra de unidades móveis de saúde decorrente da celebração de convênios, objetos da investigação da Polícia Federal, não são conduzidos pelo Ministério da Saúde, sendo responsabilidade do ente conveniado seguir a legislação em vigência", diz a nota.
Dos três funcionários do Ministério da Saúde envolvidos no esquema de fraude na compra de ambulâncias, segundo a PF, dois foram exonerados ontem de suas funções gratificadas na assessoria do gabinete do ministro e na divisão de convênios no Rio de Janeiro. Os atos serão publicados hoje no "Diário Oficial" da União.
Um terceiro funcionário envolvido na fraude já havia sido exonerado em dezembro, segundo o ministério: Jairo Langoni Carvalho também trabalhava na divisão de convênios no Rio de Janeiro.
Maria da Penha Lino era assessora do gabinete do ministro desde a gestão de Saraiva Felipe, substituído em março por Agenor Álvares. Cacilene Ferreira dos Santos, funcionária da divisão de convênios, perdeu a função gratificada e responderá a processo administrativo.
O advogado do empresário Darci José Vedoin disse ontem que não há provas de superfaturamento nas compras de ambulâncias. Segundo Roberto Cavalcante, o valor dos convênios celebrados com as prefeituras passava por uma avaliação do ministério.


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