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No Ibama, funcionários param em protesto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cerca de 30% dos servidores
do Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) resolveram ontem paralisar as atividades em protesto contra a divisão do órgão. Na quinta, os
funcionários votarão proposta
de greve nacional por tempo indeterminado. Até lá, estão programados mais protestos.
Segundo o presidente da associação nacional dos servidores, Jonas Corrêa, a paralisação
-por ora, com os funcionários
em seus locais de trabalho- deve comprometer as atividades
de licenciamento ambiental,
inclusive a análise das usinas
hidrelétricas do rio Madeira.
Após a decisão dos funcionários, a ministra Marina Silva
(Meio Ambiente) disse que "em
hipótese nenhuma" o governo
recuará da criação do Instituto
Chico Mendes, que ficará responsável pelas quase 300 unidades de conservação ambiental no país. A decisão dos servidores em Brasília foi seguida
pelos colegas do Paraná e de
Rondônia. O Ibama do Amazonas já está em greve.
O pivô da atual crise no Ibama foi a medida provisória assinada na semana passada pelo
presidente Lula. Criado em
1989, o instituto perderá 330
cargos e manterá suas principais funções: atuar como polícia ambiental e autorizar o uso
de recursos naturais e empreendimentos com impacto
ambiental. Parte dos funcionários será remanejada para o novo instituto, que ficará responsável pelas unidades de conservação da natureza e por programas de pesquisa da biodiversidade. Terá 513 funcionários.
Marina atribui a paralisação
dos funcionários à dificuldade
de entender as mudanças. "Temos um território equivalente
à França em unidades de conservação, não se pode advogar
que uma diretoria [do Ibama]
consiga cuidar de tudo."
(MS)
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