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SENADO
Ministério Público investiga ex-diretor que usou laranja
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal em Brasília começou a
investigar ontem, em caráter
preliminar, denúncias contra João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado. Zoghbi admitiu ter usado o nome de sua
ex-babá como laranja para
ocultar os nomes de seus filhos da Contact, que atua como correspondente de bancos no mercado de empréstimo consignado do Senado.
Segundo a revista "Época",
a empresa recebeu R$ 2,3
milhões apenas do banco
Cruzeiro do Sul como comissão por intermediar empréstimos a servidores da Casa.
A investigação do Ministério Público será conduzida
pelo procurador Gustavo
Pessanha, que decidirá se requisitará a abertura de inquérito policial. Com isso, a
PF poderá entrar no caso, o
que a cúpula do Senado tenta
evitar para não perder o controle da investigação.
À revista Zoghbi acusou o
ex-diretor-geral do Senado
Agaciel Maia de participar de
esquemas de corrupção e citou dois senadores.
Agaciel disse que irá processá-lo caso reitere as acusações à polícia do Senado,
que investiga o caso. "Eu
nunca fui nem pretendo ser
dono de empresa nenhuma."
Heráclito Fortes (DEM),
primeiro-secretário do Senado, determinou a abertura
de ocorrência pela Polícia
Legislativa. "Não vamos deixar nada debaixo do tapete."
O diretor da polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo,
descarta investigar o suposto
envolvimento de Efraim Morais (DEM) e Romeu Tuma
(PTB), citados por Zoghbi. Se
eles forem ouvidos, falarão
só como testemunhas.
Sobre a acusação de que
comprou outra casa em nome de um irmão, informação
revelada ontem pela Folha,
Agaciel disse ter 14 irmãos e
que o citado no texto, Oto
Maia, seria "a última pessoa
que alguém colocaria como
laranja". "Ele tem seis filhos
com mulheres diferentes."
Agaciel perdeu o cargo em
março após a Folha noticiar
que escondeu da Justiça
uma casa de R$ 5 milhões, o
que ele nega.
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