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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Pais do Bolsa-Família são FHC e ACM, diz Alckmin
Na Bahia, pré-candidato do PSDB tenta ligar seu partido a programas sociais
Tucano afirmou que Lula é um "abusado" por utilizar
o avião presidencial para inaugurar obras pelo país enquanto faz campanha
LEANDRO BEGUOCI
ENVIADO ESPECIAL A GUANAMBI (BA)
Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência,
afirmou ontem, na Bahia, que o
Bolsa-Família é criação do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e do senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
Também elogiou o Plano Real e
disse que a moeda e a rede de
proteção social são as melhores
realizações do governo FHC.
Na Bahia, PFL e PSDB são
adversários, e Alckmin optou
pelo PFL. Quem guiou o tucano
na visita ao Estado foi o governador Paulo Souto e o candidato à reeleição ao Senado pelo
PFL, Rodolfo Tourinho. ACM
não foi, segundo o PFL, porque
tinha compromissos em São
Paulo. O PSDB também tem
um pré-candidato ao Senado
na Bahia, Antonio Imbassahy.
No sudoeste da Bahia, em visita à cidade de Guanambi (a
546 km de Salvador), que tem
75 mil habitantes, Alckmin disse: "Vamos manter os programas sociais, porque eles nasceram conosco, no governo do
presidente FHC, como o Bolsa-Escola, o Bolsa-Alimentação, o
Vale-Gás. Eles foram unidos no
Bolsa-Família. Vamos manter,
aperfeiçoar e ampliar".
Em seguida, elogiou ACM.
Disse que toda a rede de proteção social "se originou por um
baiano, o senador Antonio Carlos Magalhães, que criou o fundo de combate à pobreza, e foi o
fundo que criou o recurso para
se dar o primeiro passo para a
criação de uma rede de proteção social". A rede de proteção
social de FHC tomou forma em
2001, com o Projeto Alvorada.
O Fundo de Erradicação da Pobreza (nome oficial do fundo
criado por ACM) foi aprovado
pelo Congresso em 2000.
Alckmin também voltou a
atacar Lula. Disse que o presidente é um "abusado" por usar
o avião presidencial para inaugurar obras pelo país, fazendo
campanha. Disse que "essas
coisas rompem o critério jurídico da razoabilidade".
O tucano também criticou a
propaganda governamental.
Afirmou que, enquanto Lula se
vangloria por ter criado o Bolsa-Família, deveria se envergonhar por ter inventado o "Bolsa-Juros": "Para o Bolsa-Família, R$ 10 bilhões. Mas, para o
Bolsa-Juros, R$ 156 bilhões."
No sábado à noite, no clima
de Copa do Mundo, Alckmin
disse em Petrolina (PE) que o
presidente Lula deve virar "reserva". "Ele já teve sua oportunidade. Agora, tem que ir para o
banco de reservas, dar oportunidade para um time novo."
Com ironia, ainda na metáfora futebolística -um dos recursos preferidos de Lula-, o tucano afirmou que não era possível
"em quatro anos [o presidente]
não ter feito nada" na educação, área usada pelo petista, nos
últimos dias, para atacar a oposição. Alckmin atacou Lula
usando a análise das contas do
governo federal pelo Tribunal
de Contas da União, segundo
o qual não foi cumprido o percentual mínimo de gastos
com a erradicação do analfabetismo e o ensino fundamental.
"O governo é reincidente, porque em 2004 também não aplicou. É só discurso."
Anteontem, em Santo André
(SP), Lula assumiu a responsabilidade de fazer "o milagre da
educação no país" e voltou a
apelar para o sentimento da esperança, uma das marcas de
sua campanha em 2002.
Forró
Na noite de sábado, Alckmin
foi barrado com sua comitiva
por cinco minutos na entrada
de um show de forró em Petrolina. Seguranças questionaram
a falta de um carimbo no pulso
-era a senha de acesso ao setor
de mesas, onde o grupo queria
entrar. O impasse acabou com a
ajuda do ex-prefeito da cidade
Guilherme Coelho (PFL).
Chamado ao palco por um
cantor para aprender forró, recusou o convite. "Ainda sou do
tempo do dois pra lá, um pra
cá", disse o tucano.
Antes, jantou no Bodódromo, pólo gastronômico da cidade. Lá, foi abordado por uma
mulher com uma criança e deu
R$ 2 de esmola. Um assessor
entregou o dinheiro a ele.
No menu, calabresa de bode,
carneiro na brasa, pirão de bode, feijão verde, purê de macaxeira e macaxeira assada. "É
uma cozinha muito gostosa",
disse. Dos pratos da região, disse só não apreciar buchada de
bode. "Não estou acostumado."
Colaborou FÁBIO GUIBU , da Agência Folha
em Petrolina (PE)
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