São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2004

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PAINEL

Ponta do lápis
Pressionado por manifestações em série do funcionalismo estadual em greve, Geraldo Alckmin espera anunciar entre hoje e amanhã uma proposta de reajuste. Sua equipe passou o fim de semana debruçada sobre números para definir o percentual -magro e não-linear.

Memória curta
No Planalto, há quem se queixe do empenho da caserna em derrubar José Viegas. O ministro da Defesa pode ter se saído mal na negociação do aumento dos militares, mas foi voz ativa na discussão que os poupou da reforma da Previdência.

Poder da palavra
A cúpula do PC do B foi se queixar com José Dirceu da ação para desestabilizar Aldo Rebelo. Saiu do encontro dizendo que o problema do chefe da Casa Civil não é Aldo, e sim a política econômica de Antonio Palocci.

Balcão fechado
O governo tem urgência em resolver o problema da sua falta de maioria no Senado. Julga que a situação começa a contaminar a Câmara e deve estimular migrações para a base de sustentação. Mas os alvos do Planalto dizem que só vão tratar do assunto após as eleições de outubro.

Ouro olímpico
O semestre terminou no Supremo Tribunal Federal com o ministro Marco Aurélio em primeiro lugar no ranking informal de número de processos solucionados: 7.531, ou um a cada meia hora. Em segundo ficou Sepúlveda Pertence, com 6.847.

Choro livre
O governo reservou R$ 10 mi do Orçamento para indenizar quem entregar armas. A bancada que trabalhou pela proibição quer dobrar a quantia.

Não é comigo
Vendido com entusiasmo pela presidência da Câmara no final de 2003, o projeto para reduzir o recesso parlamentar caiu no esquecimento. Falta de interesse dos líderes, alega João Paulo.

Sem remédio
Embora não vá reconhecer de público, a marquetagem petista tem pouca esperança de desfazer a percepção de arrogância que cerca Marta Suplicy. O diagnóstico é que o jeito da prefeita não muda -nem o mau humor da classe média com ela.

Poderoso elixir
Por esse raciocínio, o que pode reverter a desvantagem de Marta é publicidade em dose cavalar, voltada acima de tudo para vender realizações da prefeitura na periferia, dona do maior patrimônio de votos da cidade.

Revoada
Com 21 candidatos em outubro, a base de Geraldo Alckmin debandou da Assembléia. A LDO de 2005, que deveria ter sido votada até 30 de junho, não tem data para ir a plenário.

Fio do bigode
Os tucanos ameaçam cancelar o resultado da convenção em Araraquara, onde o PSDB ficou com a vaga de vice do PMDB. Argumentam que Orestes Quércia não cumpriu o combinado e também abocanhou a cabeça-de-chapa na vizinha São Carlos.

Má fase
Derrotado na sucessão da Procuradoria-Geral da Justiça de São Paulo, o grupo do ex-governador Fleury corre o risco de perder também a eleição, em agosto, da associação de classe do Ministério Público paulista.

Pão e água
A cúpula do PT teve de se conformar com a candidatura própria em Fortaleza, à revelia de seu desejo de apoiar Inácio Arruda (PC do B). Mas que Luizianne Lins não espere dinheiro do partido para tocar a campanha. A deputada terá de se virar.

Mesa farta
Já Inácio Arruda, líder nas pesquisas, além de agência contratada tem um marqueteiro como vice: Paulo Linhares (PPS), que fez a campanha de Patrícia Gomes à Prefeitura em 2000.

TIROTEIO

Do vereador José Américo (PT), sobre a reação do PSDB à declaração de Marta Suplicy de que vai "derrotar os vampiros":
-Nenhuma bruxaria tucana vai impedir que a prefeita derrote os vampiros como prometeu. Logo eles perdem o fôlego.

CONTRAPONTO

Homem a homem

Candidato à Prefeitura de Salvador pelo PT, Nelson Pellegrino passou boa parte da sessão da Câmara que aprovou o salário mínimo de R$ 260 fazendo marcação cerrada sobre o peemedebista Geddel Vieira Lima.
Não se tratava de pressionar o colega, da porção oposicionista do PMDB, a votar com o governo. O objetivo de Pellegrino era convencer Geddel, também candidato na capital baiana, a desistir da disputa e apoiá-lo.
Encerrada a votação, Geddel, com Pellegrino em seu encalço, foi para o aeroporto. De última hora, os assentos do vôo para Salvador foram liberados. O petista vibrou com a notícia:
-Estou com sorte, vou sentar ao lado do Geddel. Ganhei mais uma hora e quarenta minutos para convencê-lo a me apoiar!
O entusiasmo foi em vão. Eles voaram separados, e o peemedebista de fato desistiu, mas para apoiar Lídice da Mata (PSB).


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