São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá @ - nelsondesa@folhasp.com.br

Mercosul ou Alca

Nas manchetes de televisão, do "Jornal Nacional" ao "Jornal da Band", "O presidente Lula assina agora o protocolo de entrada da Venezuela no Mercosul" ou "Venezuela passa a integrar o Mercosul". A notícia e pouco mais.
Mas o presidente Hugo Chávez agora está entre nós, ao sul -e ao norte, em ambos os lados do Atlântico, do econômico "Financial Times" até o republicano "Washington Times", sobra crítica.
A reportagem do "FT" abriu ontem dizendo que é "um acréscimo que poderia acelerar o desvio do bloco sul-americano dos princípios do livre comércio".

A reportagem do "FT" abriu ontem dizendo que é "um acréscimo que poderia acelerar o desvio do bloco sul-americano dos princípios do livre comércio".
A do "WT" abriu apontando "preocupações de que Chávez vai tentar desviar o Mercosul de seu pendor democrático e de livre mercado".
Mas aqui e ali, pelo quinto ou sexto parágrafo, as várias reportagens traziam registros em outra direção:
- Com a Venezuela, o Mercosul vai responder por 75% do PIB da região... A ação combina o maior exportador de petróleo da região com dois dos maiores produtores de carne e grãos do mundo, para formar um mercado de 250 milhões...
No alto dos sites, Venezuela, Argentina e Brasil eram retratados por Chávez, Néstor Kirchner e Lula.
 
Geraldo Alckmin, que após subir sete pontos foi surgir na estatal Cultura dizendo que quer reeleição e tudo mais, abriu o jogo também em política externa.
A agência britânica Reuters noticiou que o "candidato da oposição criticou a admissão da Venezuela no Mercosul" e assim "reforçou a visão de que poderia remontar a política externa do Brasil".
A Reuters sublinhou que "ele declarou ser favorável à Área de Livre Comércio das Américas, que inclui Estados Unidos, desde que com reciprocidade".

ESPERANDO
No "New York Times" de ontem, "Países pobres ainda estão esperando pelo acordo EUA-Europa". Diz o jornal que "há cinco anos, pela primeira vez, líderes europeus e americanos prometeram focar as negociações globais nas necessidades dos países em desenvolvimento e enfrentar sua maior reclamação: as restrições de importação e os subsídios que protegem os fazendeiros dos países ricos". "Mas" no final de semana houve nova reunião e, outra vez, "nada de acordo".
"Washington Post" e "Wall Street Journal" foram na mesma linha, mas sem apoio aos "pobres".

TREM DA ALEGRIA
Para quem gosta de cifras, o site Controle da Concorrência contou e o blog Blue Bus divulgou que caiu para um terço o espaço da Copa no "Jornal Nacional".
Na segunda-feira, foram 11 minutos e 36 segundos -e só no segundo e terceiro blocos. No dia 26, antes de Gana, 30 minutos e 40 segundos, em seis dos sete blocos.
No dizer do blog, "acabou o trem da alegria".

MARCA BRASIL
Mas a BBC Brasil foi ouvir o "especialista em marketing de nações" Simon Anholt e ele garantiu que "a derrota não afeta a marca Brasil".
É que, "por não se encaixar na idéia que as pessoas têm do Brasil, será logo esquecida", justifica o criador do Nation Brands Index. Essa tal "idéia" positiva do país teria sido construída ao longo do século 20 e seria "das mais poderosas do mundo".

CONFIAR EM DEUS


Na Globo, destaque para os cartazes expostos por agentes, depois das cinco mortes

Da Record à Globo, a notícia em São Paulo foi "o sumiço das fichas". Na escalada da Band, "os bandidos do PCC roubaram fichas funcionais de agentes penitenciários". No relato da Globo, "presos ligados a facções roubaram cadastro dos funcionários de vários presídios". Endereços e "dados pessoais", eles já estariam com tudo -e para os agentes "resta confiar em Deus".
Mas não, vem o ex-secretário dos presídios de Geraldo Alckmin e diz para a CPI das Armas e para a escalada do SBT que "o PCC deflagrou onda de violência para atingir a candidatura Alckmin".


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