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PF prende oito na terceira fase da Operação Furacão
Dois delegados federais e um ex-deputado, investigados em esquema que envolve casas de bingo, estão entre os detidos
Atual estágio da apuração teve início com recebimento de propina por delegado, no fim de 2005, para atuar em prol de empresários do jogo
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal prendeu
ontem oito pessoas -entre elas
dois delegados federais e o ex-deputado federal José Índio
(PMDB-SP)- na terceira fase
da Operação Hurricane (furacão, em inglês), que investiga
um esquema de corrupção em
diferentes esferas em benefício
de contraventores e donos de
casas de bingos.
Seis das prisões aconteceram
no Rio de Janeiro, e outras duas
ocorreram em São Paulo e no
Distrito Federal. Foram expedidos 13 mandados de prisão,
porém quatro pessoas já estavam com prisão decretada em
outra fase do processo e uma
pessoa está foragida.
Apesar de acontecer só agora,
mais de dois meses após a prisão de desembargadores e da
cúpula do jogo do bicho no Rio,
a terceira fase da operação foi a
que deu origem a todo o caso.
Essa fase da operação teve
início a partir de investigação
da polícia sobre o pedido e o recebimento de propina pelo delegado federal Osvaldo da Cruz
Ferreira (da Delegacia Fazendária) e mais três policiais, que
são investigados em inquérito
sobre bingos, no fim de 2005.
Segundo o superintendente
da PF no Rio, Delci Teixeira, os
policiais atuavam em inquérito
relativo a casas de bingo e receberam propina para não incriminar os investigados.
"Como dirigente, tenho isso
[as prisões] como constrangedor. São servidores que chefiam setores, com cargos importantíssimos, cometendo
desvios de conduta e sendo presos", disse o superintendente
Delci Teixeira, referindo-se aos
dois delegados e dois escrivães
-um da ativa e um aposentado- presos sob suspeita de envolvimento no esquema.
O ex-deputado federal José
Índio (PTB) e o assessor parlamentar Wilber Corrêa Silva teriam atuado fazendo lobby junto à CPI dos Bingos, no Congresso Nacional, a fim de beneficiar investigados.
Uma ação de busca e apreensão em três endereços do policial civil Paulo Boca não resultou em nada apreendido.
Para o superintendente da
PF, a libertação de presos da
Operação Hurricane, determinada em habeas corpus pelo
Supremo Tribunal Federal, pode prejudicar as investigações.
"É bem possível que atrapalhe. Essas pessoas fora [da cadeia] poderão fazer contatos e
subtrair provas. Porém é evidente que daremos cumprimento imediato à decisão."
A Operação Hurricane terá
"certamente" novos desdobramentos, afirmou Teixeira. Em
13 de abril, a primeira fase da
operação da PF foi deflagrada,
quando foram presos empresários de jogos, entre eles Aílton
Guimarães Jorge, o capitão
Guimarães; Aniz Abraão David,
o Anísio; e Antonio Petrus Kalil, o Turcão.
Até a conclusão desta edição,
a Folha não teve acesso aos
presos ou a seus advogados.
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