São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2000


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CASO EJ
Presidente de subcomissão diz nunca ter tratado de obras com Floriano Vaz nem tê-lo encaminhado a ex-secretário
Renan contradiz presidente do TRT-SP

Lula Marques - 3.ago.2000/Folha Imagem
O ex-ministro da Justiça Renan Calheiros, presidente da subcomissão que investiga Eduardo Jorge


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da subcomissão do Senado que cuida dos desdobramentos da CPI do Judiciário, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem ter certeza de que nunca tratou de recursos para a obra do TRT nem para qualquer outra obra com o presidente do TRT-SP, Floriano Vaz.
Assim, disse, não poderia tê-lo encaminhado ao ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira para pedir que a obra fosse retomada. Calheiros afirmou também que não se recorda se mandou ou não o juiz Floriano ou qualquer outra pessoa procurar EJ por outras razões.

Folha - O presidente do TRT-SP disse que o sr. intermediou encontro dele com o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge.
Renan Calheiros -
Eu recebi no Ministério da Justiça várias vezes o presidente do TRT-SP. Não só ele, quase todos os presidentes de tribunais regionais. Evidentemente ele não falou sobre a verba específica para a obra, porque a obra já estava havia muito tempo paralisada pelo Ministério Público. E o Ministério da Justiça não tem nenhuma interface com isso.

Folha - A data que ele mencionou coincide com a do documento encontrado no disquete do ex-senador Luiz Estevão, com argumentos para a retomada da obra, que teria sido endereçado a várias autoridades, entre elas o sr.
Calheiros -
Você chamar uma nota encontrada num computador de documento... A distância é muito grande. Que documento? Assinado por quem? Entregue a quem? Foi protocolado em que lugar? Isso não é documento.

Folha - É um texto com argumentos para retomar a obra do TRT.
Calheiros -
Eu tenho um projeto no Senado para tipificar crimes de informática. De repente alguém pode fazer qualquer coisa e botar meu nome, o seu.

Folha - Esse texto é de 98. É anterior à CPI do Judiciário e ao escândalo do TRT. Não havia motivo para incriminar ninguém.
Calheiros -
O único ano em que retiramos todos os recursos da obra foi 96, quando fui presidente da Comissão de Orçamento.

Folha - Com certeza o sr. não o mandou procurar Eduardo Jorge?
Calheiros -
Para tratar de liberação de recursos, não.

Folha - O sr. poderia ter pedido a ele que conversasse com Eduardo Jorge sobre alguma outra coisa?
Calheiros -
Não me recordo. Provavelmente não, porque o Eduardo Jorge deixou a Secretaria Geral da Presidência da República logo depois que eu assumi o ministério. Eu não me recordo de ter mandado ninguém falar com o Eduardo Jorge.

Folha - O sr. afirma então que o juiz está mentindo?
Calheiros -
Eu disse e repito que sempre tive a melhor impressão do presidente do TRT de São Paulo, dr. Floriano Vaz. Ele conversou comigo sobre vários assuntos, mas sobre liberação de verbas, jamais. (WILSON SILVEIRA)


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