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Bloqueio de verba faz Exército dispensar 44 mil
DA SUCURSAL DO RIO
Na quarta-feira passada, o
Exército pôs em prática a medida de contenção de despesas
mais visível: dispensou 44 mil
dos 52 mil recrutas alistados
pelos serviço militar obrigatório no inicio do ano.
As Forças Armadas tiveram
bloqueados 42% do orçamento
de R$ 5,224 bilhões previsto para este ano. Para se adequar ao
corte, adotaram medidas consideradas drásticas, como a
suspensão do pagamento de
auxílio-transporte e auxílio
pré-escolar, redução da carga
horária, suspensão das refeições em algumas unidades e
cancelamento de obras.
Nos quartéis, o clima entre os
recrutas era de desolação: "Larguei um emprego em que ganhava R$ 320 porque fui obrigado a me alistar. Contava com
os R$ 200 que ganharia aqui até
o final do ano para ajudar meu
pai, que está desempregado",
disse um recruta na Vila Militar
de Deodoro (zona norte do
Rio), que pediu para não ser
identificado.
O presidente do Clube Militar, general Luiz Gonzaga Lessa, criticou a medida: "Temos
que ter a tropa preparada e
adestrada. Quando se libera
prematuramente um soldado,
estamos deixando, na sua formação, grandes lacunas".
A insatisfação dos militares
fica evidente até mesmo em
notas oficiais das Forças Armadas. Texto divulgado pelo
Exército afirma que "a alta administração avaliou que tal
quadro atingiu o limite das medidas paliativas, não restando
outra alternativa senão a adoção de soluções drásticas que
comprometem a disponibilidade futura e a operacionalidade da Força Terrestre".
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