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INVESTIGAÇÃO
Viúva fez pedido a Lula
PF reabrirá apuração da morte de Toninho do PT
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal vai retomar
nas próximas semanas a investigação do assassinato de Antonio
da Costa Santos, o Toninho do
PT, prefeito de Campinas morto
em 2001. O pedido para a reabertura é de sua mulher Roseana Moraes Garcia. Uma comissão da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência deverá
acompanhar a apuração do caso,
levantando informações com a
Polícia Civil de São Paulo, que investigou o crime, e OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil).
Antes de tomar posse na Presidência no ano passado, Luiz Inácio Lula da Silva comprometeu-se
pessoalmente com Garcia. O caso
seria reaberto e conduzido pela
PF. Desde então, Lula vinha sinalizando o contrário. No dia 15 de
julho, Lula recusou-se a receber
Garcia em visita a Campinas.
Depois disso, Lula destacou o
ministro Nilmário Miranda (Direitos Humanos) para tratar da
questão. Ele conversou com Garcia e solicitou que ela encaminhasse formalmente a questão ao
CDDPH (Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana), de
modo a legitimar a reabertura do
caso. Segundo a Folha apurou, ultrapassada a questão formal estabelecida por Nilmário, a PF abrirá
um inquérito para tratar do assassinato de Toninho do PT.
Garcia também deve encaminhar ao CDDPH um abaixo-assinado com mais de 50 mil assinaturas, obtido pela ONG "Quem Matou Toninho?", via internet.
A viúva de Toninho não concorda com os argumentos da Polícia Civil e do Ministério Público
paulistas, segundo os quais a
morte teria ocorrido "por acaso".
O então prefeito de Campinas foi
encontrado morto em seu carro,
ao lado de um shopping, na noite
do dia 10 de setembro de 2001.
O PT, a OAB e até mesmo o governador Geraldo Alckmin criticaram o trabalho da Polícia Civil
nas investigações, cogitando repassar o inquérito para a Polícia
Federal, em tese mais independente para conduzir as investigações, mas isso não aconteceu.
Ao assumir uma prefeitura extremamente endividada (70% superior ao Orçamento de 2001, de
R$ 764 milhões), Toninho criticou e decidiu rever os contratos
de lixo de terceirização da coleta e
destinação do lixo (R$ 133 milhões por quatro anos), de segurança patrimonial (R$ 11 milhões
por ano) e da merenda escolar
(R$ 20,8 milhões anuais).
A Polícia Civil chegou a prender
quatro suspeitos e divulgar que
três deles haviam confessado o
crime. Semanas depois, todos foram soltos devido a contradições
surgidas em acareação entre eles.
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