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Dirceu diz não lembrar de reunião
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A assessoria de José Dirceu afirmou ontem que o ex-ministro da
Casa Civil não pode dizer com
certeza se o empresário Marcos
Valério de Souza participou da
audiência na Casa Civil com o
Banco Espírito Santo, em janeiro
deste ano.
Dirceu confirma que teve o encontro com o dono do banco, Ricardo Espírito Santo e diz que Valério "pode ter estado" entre os
que o acompanhavam. "O melhor
seria perguntar sobre a presença
de Valério ao dono do banco",
disse um assessor do petista.
Segundo o assessor, Dirceu teve
cerca de 7.000 audiências nos 30
meses em que esteve na Casa Civil
e que seria impossível lembrar em
detalhes de cada uma delas.
O banco Opportunity e a Previ,
principais acionistas da Telemig,
afirmaram ontem desconhecer a
versão apresentada por Marcos
Valério de que teria viajado a Lisboa para negociar a conta de propaganda da empresa, caso a Portugal Telecom viesse a comprá-la.
Na quarta-feira, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse
que Valério, por orientação do ex-ministro José Dirceu, teria ido a
Lisboa negociar com executivos
da Portugal Telecom repasse de
recursos para pagar de campanhas do PT e do PTB.
Em nota, o Opportunity, do
banqueiro Daniel Dantas, negou
ter enviado Valério à Europa e
disse que nenhum profissional
contratado para organizar o leilão
de venda da Telemig foi a Portugal tratar do assunto.
Sérgio Rosa, presidente da Previ
(fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que tem
parte da Telemig), disse que soube do assunto pela imprensa.
Jefferson disse que Dirceu teria
facilitado o acesso dos executivos
da Portugal Telecom ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em
outubro de 2004, Lula recebeu no
Planalto o presidente da Portugal
Telecom, Miguel Horta e Costa.
A Presidência divulgou nota dizendo que a visita de Horta foi para tratar de investimentos no Brasil, e negando que Marcos Valério
tenha sido enviado como emissário da Presidência da República,
ao contrário do que o ex-ministro
português António Mexia afirmara a um jornal no mês passado.
A Portugal Telecom negou que
seus executivos tenham se reunido com Valério. Em nota distribuída ontem, o Grupo Espírito
Santo informou que não tem nenhuma relação com Valério e que
não financia partidos políticos.
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