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Irritado, petebista ataca Suplicy e rasga reportagem
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No momento em que demonstrou maior irritação
em seu quarto depoimento
no Congresso sobre o escândalo do "mensalão", o deputado Roberto Jefferson discutiu com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), rasgou
uma reportagem entregue à
CPI pelo senador e se recusou a responder a outras
perguntas do petista.
Houve alvoroço entre os
integrantes da comissão, a
sessão foi suspensa, e Jefferson acabou sendo advertido
pelo vice-presidente da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), pela atitude.
O embate começou quando Suplicy questionou se Jefferson costumava ir ao pantanal. O petebista respondeu
ser um "freqüentador" de
Aquidauana (MS) há mais
de 20 anos e possuir um
"amigo do peito" chamado
Totó Queiroz, morador do
município. Disse que gostava de pescar e acampar, mas
que não visitava a cidade
desde setembro de 2001.
Na seqüência, Suplicy disse que encaminharia à mesa
a cópia de uma reportagem
publicada em um blog na internet que apontava que Jefferson fora visto almoçando
com o ex-chefe de departamento dos Correios Mauricio Marinho nos arredores
de Aquidauana, no primeiro
semestre deste ano. A dona
do restaurante seria a fonte
da reportagem. Marinho,
flagrado recebendo R$ 3.000
de empresários, foi o pivô do
escândalo dos Correios.
Ao terminar de ler trechos
da reportagem, Suplicy foi
interrompido por Jefferson,
que disparou: "Vossa Excelência tem sido vítima desses
recursos. Mais escandaloso
que ocorreu com Vossa Excelência, se eu tivesse praticado, teria sido preso". Jefferson levantou suspeita sobre a atuação do petista no
caso da morte de Ana Elisabeth Lofrano, mulher do ex-assessor da comissão de Orçamento José Carlos Alves
dos Santos. À época, Suplicy
disse que tinha pistas do desaparecimento de Elisabeth
e viajou a Nova York, mas o
corpo dela foi encontrado
no Brasil. "Aquilo, se fosse
eu, teria sido preso. Mas como era o senhor, tudo se
perdoa", disse Jefferson.
Após dez minutos de pausa, Suplicy voltou a inquirir
Jefferson, que voltou à ofensiva: "A marca mais dura
que tenho no meu coração,
Vossa Excelência fez". Lembrou que o petista o acusou
de "corrupto" por defender
o governo Collor: "Sempre
tive muita desconfiança com
aqueles que batem no peito
como moralistas. Todo moralista tem alguma coisa para encobrir". Suplicy apenas
informou o telefone do jornalista para checagem.
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