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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Ao PIB, Lula promete reduzir impostos
Discurso que seria lido em jantar ontem diz que esforço do ajuste fiscal não será jogado fora caso presidente seja reeleito
"O nome do meu possível segundo mandato será desenvolvimento", afirma petista, que omitiu dados ruins sobre crescimento
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem citar medidas concretas,
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva preparou um discurso
para empresários em que promete, em caso de segundo mandato, "uma qualificação melhor
dos gastos governamentais" e
redução dos impostos.
Distribuído previamente pelo PT, o texto seria lido ontem à
noite em um jantar no Jockey
Club de São Paulo. As quatro
páginas e meia reúnem tudo o
que os empresários sempre
gostam de ouvir e procuram
responder aos temores provocados pelo aumento de gastos
públicos neste ano eleitoral.
"Quero deixar claro para todos vocês que não fiz todo o sacrifício do ajuste, neste meu
primeiro governo, para, na hipótese de ser reeleito, começar
um segundo mandato jogando
fora as conquistas do Brasil",
diz o texto.
Lula ainda não sinalizou qual
será a orientação da política fiscal caso permaneça no Planalto. No ano passado, o presidente rejeitou a proposta apresentada pelo ex-ministro Antonio
Palocci (Fazenda) de um programa de longo prazo para a redução das despesas permanentes do governo.
O plano implicaria corte de
despesas sociais, o que precipitou sua rejeição. O objetivo era
abrir caminho para a redução
da carga tributária e a ampliação dos investimentos -duas
promessas incluídas no texto,
que, no entanto, não explica como elas serão viabilizadas.
Desenvolvimento
"Não aumentei um único imposto sequer em meu governo",
afirma Lula no discurso, sem
citar que os tributos mais elevados pelo seu governo não foram impostos, mas contribuições sociais como PIS e Cofins.
O discurso também maquia
dados ao afirmar que "há 35
meses a economia não sofre
abalos" -foi convenientemente esquecida, na frase, a queda
de 0,9% do PIB no terceiro trimestre de 2005. O país, portanto, não vive o "mais longo ciclo
de crescimento dos últimos 19
anos" propalado pelo texto.
Todo o resto segue ao gosto
da platéia. "O nome do meu
possível segundo mandato será
desenvolvimento", diz Lula. "O
Brasil pode estabelecer a meta
de se tornar, em médio prazo,
uma potência em crescimento
e ultrapassar o PIB de países
europeus importantes."
A receita inclui também redução de juros, abertura da
economia em "setores indutores de avanços tecnológicos",
parcerias público-privadas, reforma política, "revolução na
educação" etc.
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