São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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Presidente vai à Caixa, evita falar sobre escândalo do caseiro e ataca "privatistas"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em visita à sede da Caixa Econômica Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alfinetou o PSDB ao criticar os "privatistas". As privatizações são um dos principais alvos petistas contra a gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso.
A crítica ocorreu em fala improvisada a cerca de 20 dirigentes do primeiro escalão da Caixa. "Esta Caixa esteve para quebrar muitas vezes. E as pessoas não contavam [com a recuperação]. E veja como os privatistas publicavam manchetes dizendo: "a Caixa teve déficit de R$ 1 bilhão, o Banco do Brasil teve déficit de R$ 800 milhões, o Tesouro vai ter que colocar dinheiro'", disse Lula.
A visita de Lula à Caixa, a primeira de um presidente da República à sede do banco, ocorreu pouco menos de cinco meses após o escândalo da violação do sigilo bancário de Francenildo dos Santos Costa.
O caseiro teve sua conta na Caixa violada após afirmar que viu o então ministro Antonio Palocci (Fazenda) em uma casa em Brasília freqüentada por lobistas. Suposto mandante da violação, Palocci deixou o governo em meio à crise, assim como o então presidente do banco, Jorge Mattoso.
No discurso, Lula não tocou no assunto da violação. Ele pediu aos servidores que divulguem ações e avanços do banco. "O importante é que vocês se orgulhem e digam que a Caixa está fazendo mais do que fez em qualquer outro momento de sua história, está cuidando do povo pobre e não está tendo superávit no final do ano."
No fim de sua fala, o presidente mais uma vez provocou os tucanos. "Se vocês [servidores] continuarem trabalhando assim, penso que sairá da cabeça de qualquer brasileiro a idéia que um banco como esse tem que ser privatizado." (PEDRO DIAS LEITE e EDUARDO SCOLESE)


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