São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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Em Porto Alegre, opções à esquerda já ameaçam PT

PSOL e PC do B estão na disputa pela prefeitura

Elza Fiúza - 26.jun.2007/ABr e Fabio Pozzebom - 6.fev.2007/Agência Brasil
Luciana Genro, durante encontro dos controladores de vôo (à esq.); Manuela D'Ávila, deputada do PC do B-RS, no plenário da Câmara

SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Faltando mais de um ano para as eleições municipais, já há pelo menos seis pretendentes declarados à Prefeitura de Porto Alegre (RS), além do prefeito José Fogaça (PPS), que tentará se reeleger. Um ex-ministro e cinco deputados federais querem participar da disputa -travada, desde agora, nos bastidores- para administrar orçamento anual de R$ 2,6 bilhões.
O confronto mais acirrado ocorre no PT, partido que administrou Porto Alegre de 1989 a 2004: o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto e a deputada federal Maria do Rosário devem se enfrentar em uma prévia.
Outros dois partidos de oposição ao governo Fogaça têm seus candidatos definidos. As deputadas federais Luciana Genro (PSOL) e Manuela D'Ávila (PC do B) são candidatíssimas e já negociam alianças. O PC do B não tem candidato próprio na capital gaúcha desde 1989 e o PSOL disputará a prefeitura pela primeira vez.
Luciana e Manuela se apóiam no número de votos que tiveram em 2006, na eleição para a Câmara.
Em sua primeira eleição a deputada federal, Manuela obteve a maior votação da bancada gaúcha: 271.939 votos. Os votos corresponderam a 7,3% do total dos válidos de Porto Alegre.
Luciana conseguiu fazer 8% do total de votos na capital gaúcha em 2006, a maior votação individual obtida por um candidato na cidade.
Mesmo sem o apoio do pai, o ministro Tarso Genro (Justiça), ela está decidida. "A votação do PSOL em Porto Alegre demonstra que eu não vou concorrer apenas para marcar posição", disse.
Além delas, outros dois deputados federais -o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni, e Enio Bacci (PDT)- também devem concorrer.
No PT, a decisão é mais complexa. Desde 2000, quando prévia entre Tarso Genro, Raul Pont e José Fortunati estremeceu as relações entre as correntes do partido, os petistas tentam evitar eleições internas.
"Não acho que a prévia seja algo desejável neste momento", disse Rossetto. O esforço dele, porém, esbarra no desejo de Maria do Rosário. "Já abri mão em outras eleições e o partido não pode me pedir isso de novo", disse Rosário.
Fogaça resiste em admitir que concorrerá à reeleição, apesar de o PPS ter criado um comitê para negociar apoios.


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