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São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2003

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PAINEL

Depois da votação
Horas depois de aprovar a reforma tributária na Câmara, Lula enviou ao Congresso crédito suplementar de R$ 24,8 mi ao Ministério das Cidades. Motivo: atender emendas de deputados que votaram com o governo para obras de saneamento, habitação e infra-estrutura urbana.

Balcão de negócios
A tucana Zulaiê Cobra Ribeiro recorreu a Mário Covas ontem ao reclamar da divisão do PSDB na votação da reforma: "Covas deve estar intranquilo no túmulo vendo tucanos negociando verbinha para cá, favorzinho para lá". A deputada votou contra.

Ao trabalho
Lula também enviou ao Congresso ontem crédito suplementar de R$ 139,9 mi para o programa Primeiro Emprego.

Orelha quente
Aécio Neves (PSDB) recebeu telefonemas de José Dirceu e de João Paulo na noite de anteontem. Ouviu que a reforma seria aprovada sem a oposição e que, se não mudasse o discurso, seria o único derrotado. O mineiro acabou liberando a bancada.

PT de antigamente
Os deputados suspensos pelo PT em razão do posicionamento dissonante na reforma da Previdência protocolarão hoje seu recurso ao partido. Reafirmam o voto e dizem que a punição sofrida não foi branda, mas severa "para quem defendeu o patrimônio de coerência do PT."

Não colou
O PMDB tenta convencer Luiz Otávio (PA), acusado de crime contra o sistema financeiro, a abrir mão de sua indicação para o tribunal de contas. Disse a ele que, mesmo que seu nome seja aprovado pelos colegas de Senado, não deve passar na Câmara

Haja repelente
Manaus enfrenta sua maior epidemia de malária, com mais de 44 mil casos registrados de janeiro a agosto. Até o governador Eduardo Braga (PPS-AM) foi acometido pela doença.

Ironia do destino
Com febre de 40 graus, o governador do AM teve de cancelar parte de sua agenda ontem. Um dos eventos a que não compareceu foi justamente o lançamento de uma nova campanha de combate à malária.

Marketing e civismo
No 7 de Setembro, uma faixa com o símbolo da Petrobras e outra com o do governo serão colocadas nas cúpulas do Senado e da Câmara, respectivamente. Associações de funcionários tentam barrar a instalação, alegando que o local não é apropriado para publicidade.

Patriotada
Além das faixas da Petrobras e do governo, outras duas serão colocadas nos prédios principais do Senado e da Câmara, na posição vertical, a fim de formar a expressão "Brasil Alfabetizado". Tudo para divulgar o programa educacional de Lula.

Risca de giz
Lula e Maurício Corrêa têm encontro previsto para o domingo, a primeira vez desde que o presidente do Supremo Tribunal Federal criticou o petista pela imprensa e foi bombardeado pelo governo por isso. Dividirão o mesmo palanque nas comemorações do 7 de Setembro.

Parece piada
Ao reduzir a meta de geração de empregos dos 10 milhões da campanha presidencial para os 7,8 milhões do PPA (Plano Plurianual), o presidente Lula se aproximou do candidato José Serra (PSDB). No ano passado, o tucano prometia criar 8 milhões de postos de trabalho.

Visita à Folha
João Sayad, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP (Universidade de São Paulo), visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Da deputada federal Kátia Abreu (PFL-GO), sobre o novo presidente do Incra, Rolf Hackbart, ter criticado a medida provisória que impede vistoria em terras invadidas:
-A medida provisória apenas dificulta a invasão de terras no Brasil. Se o novo presidente do Incra acabar com essa medida, vai estar compactuando com o crime.

CONTRAPONTO

Além da imaginação

A bancada do PFL na Câmara seguiu a orientação dos governadores da sigla e ficou contra a proposta de reforma tributária votada ontem de madrugada.
Depois de passarem o dia tentando obstruir a votação, os deputados do partido resolveram deixar o plenário quando se certificaram de que a proposta seria votada. De mãos dadas, cantaram o hino nacional.
Após o hino, os deputados Luiz Carlos Santos (SP) e Eliseu Rezende (MG) comentaram a inusitada situação:
-Se a minha mulher me viu cantando o hino pela TV, não vai abrir a porta de casa para mim nunca mais. Ela se casou comigo para ser governo. Nunca vai me aceitar na oposição- disse o parlamentar mineiro.
Irônico, Santos sugeriu:
-Diga que ela teve um pesadelo e imaginou essa cena. O PFL na oposição é tão inusitado que ela vai acreditar.


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