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São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2003

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ROLO TRIBUTÁRIO

Piva, presidente da Fiesp, teme aumento da carga tributária

Frustrados, empresários decidem pressionar Senado

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois da aprovação do texto básico da reforma tributária, lideranças empresariais afirmaram estar "frustradas" com o conteúdo do que foi aprovado pela Câmara. Horácio Lafer Piva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disse que os empresários vão recorrer ao Senado para tentar aprovar suas reivindicações.
Lafer Piva aposta que no Senado será mais fácil discutir questões técnicas em razão do número reduzido de parlamentares em relação à Câmara dos Deputados.
"O texto tem avanços, mas em alguns pontos estamos muito claudicantes. O texto deixa margem para o aumento da carga tributária. O positivo é que temos uma nova instância de defesa, que é o Senado", afirmou.
Omar Carneiro, da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, participou da comissão que discutiu as reformas na Câmara e também disse estar frustrado. "Nossa luta agora será no Senado."
Cinco representantes de empresários fizeram parte de uma comissão na Câmara dos Deputados para discutir suas propostas com os parlamentares. Das 13 sugestões apresentadas, uma foi aceita integralmente, e outra, acatada apenas em parte. "O setor produtivo se sente frustrado, pois sempre esteve disponível para uma negociação intensa e até exaustiva", disse o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro (PDT-PE).
Segundo ele, o texto da reforma tributária, do ponto de vista dos empresários, ficou "muito aquém" do que havia sido acordado com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). A única proposta que os empresários conseguiram emplacar foi limitar em 25% a alíquota máxima do ICMS -imposto que incide sobre as mercadorias e serviços.
As principais reclamações dos empresários são relativas a um eventual aumento na carga tributária e ao fato de o texto da reforma não ter sido conclusivo em relação à desoneração das exportações e dos investimentos em máquinas e equipamentos. De acordo com Paulo Scaff, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), "o texto deixa brechas para que isso ocorra".
Entre os empresários, a voz dissidente é o consultor Antoninho Marmo Trevisan, amigo de Lula. Para ele, a unificação do ICMS foi um "avanço formidável" e todos os problemas relacionados a desoneração serão resolvidos por leis. Todos os empresários ressaltaram o fato de Lula e do ministro Antonio Palocci (Fazenda) terem garantido que não haverá aumento da carga tributária.


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