São Paulo, quarta-feira, 05 de setembro de 2007

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Jobim vai reformular Ministério da Defesa

Ministro pretende criar uma secretaria geral para cuidar dos assuntos burocráticos e administrativos

ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE

O ministro Nelson Jobim anunciou ontem que vai reformular o Ministério da Defesa e que pretende criar uma secretaria geral, ou executiva, a exemplo dos ministérios civis. Com isso, ele estará na prática estabelecendo uma nova instância de poder dentro das Forças Armadas, que têm os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
O novo cargo funcionaria como o antigo EMFA (Estado-Maior das Forças Armadas), extinto justamente pela criação do Ministério da Defesa no governo Fernando Henrique Cardoso. O último chefe do órgão, general Benedito Leonel, era até mais forte do que os ministros de cada Força.
Jobim explicou que o ocupante da nova secretaria será um oficial general escolhido por antigüidade, como os comandantes, e com rodízio entre as três Forças.
Para evitar reações negativas dos militares, o ministro disse que o novo secretário geral, ou executivo, não o substituirá durante suas ausências do país. Se isso ocorresse, significaria que o detentor do cargo estaria acima dos comandantes.
O ministro está no Haiti acompanhado dos comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que foram informados apenas "por alto" sobre a intenção de reformulação da Defesa.
A intenção de Jobim é manter o contato direto com os três comandantes para discutir questões estratégicas e operacionais das Forças, delegando toda a parte burocrático-administrativa para a nova secretaria, que se articularia com os segundos escalões dos comandos.

Plano Estratégico
Jobim anunciou que toda a reformulação da Defesa vai passar pelo Plano Estratégico de Defesa Nacional, a ser elaborado por um grupo de trabalho que será anunciado oficialmente amanhã, às 10h, no Palácio do Planalto.
Farão parte desse grupo o próprio ministro, o ministro Roberto Mangabeira Unger (Secretaria de Planejamento de Longo Prazo) e os três comandantes militares. Eles vão substituir o atual Plano de Defesa Nacional, que começou a ser elaborado ainda no governo FHC, mas é considerado um documento teórico, academicista e sem conteúdo prático.


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