|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jobim vai reformular Ministério da Defesa
Ministro pretende criar uma secretaria geral para cuidar dos assuntos burocráticos e administrativos
ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE
O ministro Nelson Jobim
anunciou ontem que vai reformular o Ministério da Defesa e
que pretende criar uma secretaria geral, ou executiva, a
exemplo dos ministérios civis.
Com isso, ele estará na prática
estabelecendo uma nova instância de poder dentro das Forças Armadas, que têm os comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica.
O novo cargo funcionaria como o antigo EMFA (Estado-Maior das Forças Armadas),
extinto justamente pela criação
do Ministério da Defesa no governo Fernando Henrique Cardoso. O último chefe do órgão,
general Benedito Leonel, era
até mais forte do que os ministros de cada Força.
Jobim explicou que o ocupante da nova secretaria será
um oficial general escolhido
por antigüidade, como os comandantes, e com rodízio entre
as três Forças.
Para evitar reações negativas
dos militares, o ministro disse
que o novo secretário geral, ou
executivo, não o substituirá durante suas ausências do país. Se
isso ocorresse, significaria que
o detentor do cargo estaria acima dos comandantes.
O ministro está no Haiti
acompanhado dos comandantes do Exército, general Enzo
Martins Peri, e da Aeronáutica,
brigadeiro Juniti Saito, que foram informados apenas "por
alto" sobre a intenção de reformulação da Defesa.
A intenção de Jobim é manter o contato direto com os três
comandantes para discutir
questões estratégicas e operacionais das Forças, delegando
toda a parte burocrático-administrativa para a nova secretaria, que se articularia com os segundos escalões dos comandos.
Plano Estratégico
Jobim anunciou que toda a
reformulação da Defesa vai
passar pelo Plano Estratégico
de Defesa Nacional, a ser elaborado por um grupo de trabalho
que será anunciado oficialmente amanhã, às 10h, no Palácio
do Planalto.
Farão parte desse grupo o
próprio ministro, o ministro
Roberto Mangabeira Unger
(Secretaria de Planejamento de
Longo Prazo) e os três comandantes militares. Eles vão substituir o atual Plano de Defesa
Nacional, que começou a ser
elaborado ainda no governo
FHC, mas é considerado um
documento teórico, academicista e sem conteúdo prático.
Texto Anterior: Câmara: Deputados tucanos decidem retirar apoio à continuidade da CPMF Próximo Texto: Militares: Clube naval diz que jobim fez bravata após lançamento de livro Índice
|